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Atuação do Banco Central reequilibra o mercado de câmbio

Leilão de swap cambial reverso ajuda a autoridade a reduzir sua exposição depois de ter acumulado estoque de US$ 108 bilhões em swaps

Dólar queimando: BC atua para reduzir sua exposição em swap (Getty Images)

Anderson Figo

Publicado em 21 de março de 2016 às 19h15.

São Paulo - A atuação do Banco Central no câmbio nesta segunda-feira (21) surtiu o efeito desejado. O dólar fechou a sessão em alta, depois de ter caído mais de 10% em março até o pregão passado.

Mas o movimento não deve ser perene e o dólar tende a cair um pouco mais diante das apostas no impeachment da presidente Dilma Rousseff .

Esta é a percepção da maioria dos especialistas consultados por EXAME.com, que são unânimes em um aspecto: a atuação do BC nesta sessão foi oportuna e deve servir para reequilibrar o mercado.

O Banco Central realizou hoje um leilão de swap cambial reverso. Nesse tipo de operação, as instituições financeiras que compram os contratos recebem uma taxa de juros .

Já o Banco Central, que vende os papéis, ganha a variação cambial do período de validade dos mesmos. Na prática, a operação equivale a uma compra de dólares no mercado futuro.

Por isso, a moeda americana tende a subir quando a instituição faz o leilão, como se tivesse aumentado a demanda por dólar. A última vez que o BC havia feito uma operação deste tipo foi em 2013.

No leilão desta segunda, a autoridade monetária colocou 5.500 dos 20.000 contratos ofertados.

"O BC percebeu que provocou uma enxurrada excessiva de liquidez no mercado e agora está tentando enxugar isso", disse Sidnei Nehme, economista e diretor de câmbio da corretora NGO.

Ele se refere ao estoque de US$ 108 bilhões em swaps cambiais acumulado pelo Banco Central desde 2013.

Na época, o BC precisou dar liquidez ao mercado com a ameaça de aumento de juros nos Estados Unidos e, em 2014, com a reeleição da presidente Dilma e a deterioração da economia brasileira .

"Temos visto um fluxo cambial positivo nas últimas semanas. Há mais entrada de dólar no país do que saída. A autoridade está aproveitando, então, para reduzir sua exposição através do swap reverso. É um reequilíbrio", diz Ignácio Rey, economista da Guide Investimentos.

Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, acredita que o BC vai continuar recorrendo ao swap cambial reverso nas próximas sessões, aliado à gradual redução nas rolagens de swaps cambiais comuns.

"Ele tem que enxugar a liquidez do mercado com a mesma sutileza que ele injetou recursos no passado, aos poucos, para não causar grandes distorções", disse.

Na sexta-feira, o BC reduziu a quantidade de contratos de swaps cambiais rolados diariamente de 9.600 para 3.600 papéis. Com isso, a autoridade vai permitir o vencimento de boa parte dos contratos previstos para o mês que vem, reduzindo seu estoque.

São Paulo - As ações desta lista subiram como foguetes durante esta semana e atingiram seu maior valor desde que estrearam na Bovespa . Os papéis acompanharam o bom humor do principal índice acionário nacional, o Ibovespa , que ganhou 2,37% entre 11 e 18 de março.  O movimento refletiu as apostas dos investidores no impeachment de Dilma Rousseff , diante dos recentes desdobramentos da Lava Jato e das manifestações contra a presidente, que agravaram a crise política. Navegue pelas fotos e veja quais foram os papéis que atingiram os maiores preços da história nesta semana.
  • 2. BM&FBovespa (BVMF3)

    2 /6(Nelson Almeida/AFP/Getty Images)

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    Preço de fechamento em 18/03/16R$ 15,50
  • 3. Cetip (CTIP3)

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  • SetorFinanceiro
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  • 4. Equatorial Energia (EQTL3)

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  • 5. Raia Drogasil (RADL3)

    5 /6(Gustavo Gomes/EXAME.com)

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    SetorConsumo
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    Preço de fechamento em 18/03/16R$ 21,80
  • Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioDólarLeilõesMercado financeiroMoedasTaxas

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