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Ata consolida Selic estável e juros curtos ficam de lado

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013, com 125.630 contratos, estava em 7,09%, de 7,08% no ajuste

Pregão da Bovespa: o DI janeiro de 2021, com giro de 10.570 contratos, apontava 9,36%, ante 9,42% no ajuste (Germano Lüders/EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 17h05.

São Paulo - A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira sepultou, por ora, qualquer possibilidade de aposta na continuidade do ciclo de afrouxamento monetário. Além disso, a repetição do termo "suficientemente prolongado" em referência à estabilidade da Selic consolidou na curva de juros a visão de que, se houver algum aperto em 2013, ele ocorrerá, muito provavelmente, apenas no último trimestre do ano. Diante desse cenário, as taxas curtas oscilaram pouco e a queda das intermediárias e longas esteve relacionada à piora do ambiente internacional.

Ao término da negociação normal na BM&F, a taxa projetada pelo DI janeiro de 2013, com 125.630 contratos, estava em 7,09%, de 7,08% no ajuste. A taxa para o contrato com vencimento em abril também estava em 7,09%, de 7,08% na quarta-feira. "As negociações com esses prazos mais curtos foram apenas para zerar o que restava de posições que embutiam apostas de nova queda ou de retomada do aperto", afirmou um operador.

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No contrato para outubro de 2013, o primeiro que embutia alguma possibilidade de alta do juro além do prêmio de risco usualmente negociado nos DIs, a taxa projetada estava na mínima de 7,24%, ante 7,26% no ajuste. A taxa do contrato de juro futuro para janeiro de 2014 (114.390 contratos) marcava 7,41%, também na mínima, ante 7,43% na véspera. Entre os longos, o DI janeiro de 2017 (108.180 contratos) indicava 8,68%, de 8,74% na quarta-feira. O DI janeiro de 2021, com giro de 10.570 contratos, apontava 9,36%, ante 9,42% no ajuste. "Agora, os negócios giram em torno de quando o BC voltará a mudar a Selic de patamar. Mesmo sabendo que a autoridade monetária vai segurar o juro na marra, o noticiário pode indicar se ele conseguirá fazer isso por mais ou menos tempo", afirmou um outro profissional da área de renda fixa. "Mas o parágrafo 33 da ata matou o jogo no curto prazo", emendou.


O trecho a que esta fonte se refere explica os motivos que levaram cinco diretores a votarem pelo corte de 0,25 ponto porcentual da Selic na semana passada. Esses integrantes do Copom entenderam que ainda restam "incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade, em grande parte, decorrência das perspectivas de que o período de fragilidade da economia global seja mais prolongado do que se antecipava, com repercussões desinflacionárias sobre a economia doméstica". Até aí, nada demais. Mas no fim do parágrafo, eles falam em "último ajuste". Os outros três membros dissidentes do Copom explicaram que a defesa da manutenção da Selic em 7,50% deveu-se ao cenário prospectivo para inflação, que não recomendava ajuste adicional.

O documento destacou que a atividade doméstica está mais intensa neste semestre e no próximo ano, melhorando a leitura sobre o rumo da economia em relação às atas da reunião de agosto, quando o BC observou que havia "recuperação gradual", e de julho, quando destacava que havia recuperação "bastante gradual". Além da melhora da atividade, o BC voltou a falar que a convergência da inflação para a meta se dará de maneira não linear. Além disso, manteve a visão sobre o efeito desinflacionário da economia global sobre os preços domésticos.

No exterior, a aversão ao risco voltou a prevalecer sobre grande parte dos negócios, devido à expectativa com a cúpula da União Europeia e alguns balanços corporativos decepcionantes. Os líderes europeus divergem em assuntos importantes, como o prazo para a implementação de uma união bancária no bloco e a recapitalização direta dos bancos pelo Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês). Nos EUA, os dados mostraram-se divergentes, com avanço do índice de indicadores antecedentes, em contraposição ao aumento acima do esperado dos pedidos semanais de auxílio-desemprego.

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