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As razões para fugir da Petrobras na Bovespa

Intervenção do governo pode fazer com que a “escadaria ao paraíso” seja um caminho longo e árduo, segundo HSBC

HSBC espera um senso de urgência do governo que autorize a empresa a ajustar os preços domésticos dos combustíveis para cumprir seu guidance (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 16h51.

São Paulo - Nesta semana a Petrobras divulgou seu balanço de 2013 e o plano de investimentos no longo prazo. As ações caíram para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa cresceu 50% no último ano. Em relatório, o HSBC explicou porque manteve inalterada sua tese de investimento para a Petrobras.

No primeiro pregão após a divulgação do balanço da Petrobras, as ações preferenciais perderam 3,39% e fecharam cotadas a 13,70 reais. As ações ordinárias, caíram 2,33%, para 12,97 reais por ação. A análise do dia 26 de fevereiro dos analistas Luis Carvalho e Filipe Gouveia do HSBC manteve o preço alvo para Petrobras em 15,00 reais.

O HSBC manteve sua preferência pela ação PETR4, tendo em vista que o resultado acumulado inferior deve limitar a possibilidade de um aumento na distribuição de dividendos para a PETR3. O banco projeta um spread justo de 1,37 real por ação em favor da PETR4.

Caminho longo e árduo

“Acreditamos que a Petrobras tem ativos excelentes em sua carteira e potencial significativo de crescimento, mas a intervenção do governo com um efeito negativo pode fazer com que a escadaria ao paraíso seja um caminho longo e árduo, a ser evitado por alguns investidores”, afirma o relatório.

Para o HSBC, a tese de investimentos da Petrobras é frágil em várias frentes – e especifica oito questões que preocupam. As preocupações continuam se concentrando na intervenção governamental, na ausência de aumento dos preços dos combustíveis no mercado doméstico, no fluxo de caixa livre negativo nos últimos anos e na elevada alavancagem do balanço. Para alguns analistas, o que mais pesou no mau humor dos investidores na quarta-feira foram justamente os dados sobre a dívida líquida da Petrobras.

A dívida líquida da Petrobras equivale atualmente a 3,52 vezes o ebitda (resultado operacional), frente às 2,78 vezes que valia no final de 2012. Mais da metade da dívida da empresa foi contratada em moeda estrangeira. “A política atual de preços expõe a Petrobras a riscos negativos decorrentes da desvalorização do Real”, afirma o HSBC.

Os outros pontos que preocupam o HSBC são: retornos inexpressivos de correntes do refino; impairment (deterioração do ativo) da Refinaria RNEST, a desvalorização do real e o não cumprimento do guidance de crescimento de produção.


O HSBC projeta uma expansão de 5,2% em 2014, contra 7,5% relativo ao guidance da empresa. O crescimento da produção é o impulsionador mais importante que a administração pode controlar em 2014, segundo o HSBC. O banco lembra que desde 2010 espera-se o crescimento da produção - e a queda de 16% registrada nos últimos três anos fez com que os investidores adotassem uma posição mais cautelosa ao avaliar as reservas amplas da Petrobras.

“Esperamos que um senso de urgência do governo autorize a empresa a ajustar os preços domésticos dos combustíveis para cumprir seu guidance. Uma possível divergência pode significar uma trajetória longa e árdua à frente”, afirma o HSBC, em relatório.

Lado positivo

Apesar da perspectiva negativa, o HSBC vê três características positivas na tese de investimento da Petrobras. São elas: a carteira de reservas ainda não inteiramente precificadas; o possível crescimento da produção e a ação subvalorizada.

Sobre a subvalorização das ações, o HSBC afirma que, aparentemente, a maior parte dos fundos globais deixou de ser acionista da estatal depois da volta à capitalização em 2010.

O HSBC acredita que um aumento na base de acionistas poderia ser atrativo para a companhia no caso de uma mudança na política de repasse de preços de combustíveis do governo, o que pode ajudar a sustentar a ação.

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No primeiro pregão após a divulgação do balanço da Petrobras, as ações preferenciais perderam 3,39% e fecharam cotadas a 13,70 reais. As ações ordinárias, caíram 2,33%, para 12,97 reais por ação. A análise do dia 26 de fevereiro dos analistas Luis Carvalho e Filipe Gouveia do HSBC manteve o preço alvo para Petrobras em 15,00 reais.

O HSBC manteve sua preferência pela ação PETR4, tendo em vista que o resultado acumulado inferior deve limitar a possibilidade de um aumento na distribuição de dividendos para a PETR3. O banco projeta um spread justo de 1,37 real por ação em favor da PETR4.

Caminho longo e árduo

“Acreditamos que a Petrobras tem ativos excelentes em sua carteira e potencial significativo de crescimento, mas a intervenção do governo com um efeito negativo pode fazer com que a escadaria ao paraíso seja um caminho longo e árduo, a ser evitado por alguns investidores”, afirma o relatório.

Para o HSBC, a tese de investimentos da Petrobras é frágil em várias frentes – e especifica oito questões que preocupam. As preocupações continuam se concentrando na intervenção governamental, na ausência de aumento dos preços dos combustíveis no mercado doméstico, no fluxo de caixa livre negativo nos últimos anos e na elevada alavancagem do balanço. Para alguns analistas, o que mais pesou no mau humor dos investidores na quarta-feira foram justamente os dados sobre a dívida líquida da Petrobras.

A dívida líquida da Petrobras equivale atualmente a 3,52 vezes o ebitda (resultado operacional), frente às 2,78 vezes que valia no final de 2012. Mais da metade da dívida da empresa foi contratada em moeda estrangeira. “A política atual de preços expõe a Petrobras a riscos negativos decorrentes da desvalorização do Real”, afirma o HSBC.

Os outros pontos que preocupam o HSBC são: retornos inexpressivos de correntes do refino; impairment (deterioração do ativo) da Refinaria RNEST, a desvalorização do real e o não cumprimento do guidance de crescimento de produção.


O HSBC projeta uma expansão de 5,2% em 2014, contra 7,5% relativo ao guidance da empresa. O crescimento da produção é o impulsionador mais importante que a administração pode controlar em 2014, segundo o HSBC. O banco lembra que desde 2010 espera-se o crescimento da produção - e a queda de 16% registrada nos últimos três anos fez com que os investidores adotassem uma posição mais cautelosa ao avaliar as reservas amplas da Petrobras.

“Esperamos que um senso de urgência do governo autorize a empresa a ajustar os preços domésticos dos combustíveis para cumprir seu guidance. Uma possível divergência pode significar uma trajetória longa e árdua à frente”, afirma o HSBC, em relatório.

Lado positivo

Apesar da perspectiva negativa, o HSBC vê três características positivas na tese de investimento da Petrobras. São elas: a carteira de reservas ainda não inteiramente precificadas; o possível crescimento da produção e a ação subvalorizada.

Sobre a subvalorização das ações, o HSBC afirma que, aparentemente, a maior parte dos fundos globais deixou de ser acionista da estatal depois da volta à capitalização em 2010.

O HSBC acredita que um aumento na base de acionistas poderia ser atrativo para a companhia no caso de uma mudança na política de repasse de preços de combustíveis do governo, o que pode ajudar a sustentar a ação.

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