5 brasileiras que serão prejudicadas na Bolsa na Era Trump
Protecionismo e expansão fiscal: veja quais empresas devem sentir o impacto das políticas econômicas do novo presidente dos EUA
Rita Azevedo
Publicado em 24 de janeiro de 2017 às 13h10.
Última atualização em 24 de janeiro de 2017 às 13h17.
São Paulo — Recém-empossado, Donald Trump ainda não falou claramente ao mercado sobre as medidas que irá tomar em relação à economia dos Estados Unidos. O que já se sabe é que em sua agenda econômica estão a elevação dos investimentos em infraestrutura e o aumento do protecionismo.
Caso o republicano tire os planos do papel, algumas companhias com ações na bolsa brasileira poderão ser prejudicadas. "As primeiras a sentirem o impacto são as empresas que têm boa parte dos custos ou das dívidas atrelados ao dólar", explicaSamuel Torres, analista de investimentos da Spinelli Corretora.
O motivo para isso é que a adoção de uma política de expansão fiscal nos EUA poderá aumentar a inflação e forçar o aumento da taxa de juros. Com juros mais altos nos EUA, os investidores que aplicam dinheiro por aqui devem migrar seus recursos, fazendo com que o dólar se valorize em relação ao real.
Também poderão sofrer durante a gestão de Trump as empresas que possuem fábricas no México e exportam para os Estados Unidos. Isso porque o novo presidente dos EUA mantém uma delicada relação com o país vizinho e poderá tirar do papel medidas para proteger aquilo que é produzido internamente.
Veja abaixo cinco das possíveis "vítimas" de Trump na bolsa brasileira:
Gol (GOLL4)
Desempenho em 2017: 24%
Por que será impactada? Todo o combustível que é utilizado nas aeronaves é comprado em dólar. Com a valorização da moeda norte-americana, a empresa irá ver seus custos aumentarem.
Sabesp (SBSP3)
Desempenho em 2017: 11,5%
Por que será impactada? Cerca de 48% das dívidas da companhia são em dólar. As receitas, no entanto, são em real.
M. Dias Branco (MDIA3)
Desempenho em 2017: 14%
Por que será impactada? A maior parte dos custos de produção é com a importação de trigo e derivados. Com o dólar valorizado, os gastos das empresa também irão aumentar.
Tupy (TUPY3)
Desempenho em 2017: 2%
Por que será impactada? A Tupy mantém no México duas plantas e dali exporta para os Estados Unidos. Caso Trump endureça a relação com os mexicanos, é provável que a companhia pague taxas mais altas. Se repassar o aumento dos custos aos seus clientes, poderá sofrer com a redução da demanda.
Iochpe-Maxion (MYPK3)
Desempenho em 2017: 12%
Por que será impactada? Da mesma forma que a Tupy, a companhia mantém uma planta no México e pode ver as exportações para os Estados Unidos diminuírem, caso Trump decida mudar as políticas norte-americanas em relação aos países vizinhos.