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As ações que ganham com o “pacotão” do governo para estimular a economia

Medidas da Fazenda atingem papéis de 8 setores da bolsa, dizem analistas

As medidas afetam o consumo, a bolsa e outras indústrias (Marija Jure / SXC)

As medidas afetam o consumo, a bolsa e outras indústrias (Marija Jure / SXC)

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Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2011 às 08h12.

São Paulo – O pacote do governo para incentivar a economia divulgado na quinta-feira pode afetar positivamente ações de empresas que fazem parte de 8 setores na bolsa brasileira (Varejo, Consumo, Shoppings, Construção Civil, Autopeças, Bancos, Bolsas e Alimentos)apontam os analistas da Ativa Corretora Armando Halfeld, Artur Delorme, Julia Monteiro e Luciana Leocadio.

“Estas medidas, anunciadas um dia após a decisão de mais um corte de juros pelo BC, evidenciam o grande esforço promovido pelo governo para estimular o crescimento econômico em 2012, diante do cenário internacional conturbado”, explicam eles em um relatório.

As 4 medidas:

1 - O decreto do ministro da Fazenda, Guido Mantega, eliminou a alíquota de 2% do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para o investimento estrangeiro em ações, em títulos privados de longo prazo com duração acima de quatro anos, e de 3% para 2% ao ano para o crédito para pessoa física.

2 - Além disso, foi reduzido o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para a linha branca (fogão, geladeira, congelador, lavadoras de roupas e tanquinhos). O IPI também caiu de 10% para 5% sobre esponja de aço e de 15% para zero o sobre papel sintético (papel de plástico), destinado à impressão de livros e periódicos.

3 - A classificação de imóvel popular para ingresso no Regime Especial de Tributação (RET) da Construção Civil aplicável às incorporadoras imobiliárias com projetos no âmbito do Programa Minha Casa Minha Vida subiu de 75 mil para 85 mil reais.

4 – A alíquota de PIS/Cofins reduziu de 9,25% para zero sobre massas até junho do ano que vem e até dezembro de 2012 a desoneração sobre trigo, farinha de trigo e pão comum.

Varejo

“Acreditamos que estas medidas deverão impulsionar as vendas no varejo neste fim de ano e no 1T12, cabendo destacar Magazine Luiza, B2W, Grupo Pão de Açúcar, Lojas Americanas como as companhias mais afetadas pela a redução de IPI para linha branca”, afirma a Ativa.


Mantega indicou ainda que o setor têxtil seria beneficiado, mas não enumerou as medidas. As ações que seriam impactadas por elas são são Lojas Renner e Marisa. “Destacamos ainda a Natura, BR Malls, Iguatemi e Multiplan, se beneficiando direta ou indiretamente das medidas”, continuam.

Consumo

Para a Ativa, a desoneração do IOF do crédito ao consumo, que somará 130 milhões de reais, e o IPI da linha branca, mais 164 milhões de reais, pode ajudar os bancos de uma forma geral, apontam.

“Os bancos também deverão ser beneficiados pelo estímulo ao crédito, de forma geral. Itaú e Bradesco são nossas preferências, embora acreditemos que BB poderá ser mais agressivo na concessão de crédito ao consumo”, dizem.

Bolsa

As ações da BM&FBovespa (BVMF3) dispararam 6,68% na sessão de ontem com a notícia da redução do IOF para os investidores estrangeiros em ações. Para a corretora, a medida “minimiza um dos entraves para entrada de estrangeiros no mercado brasileiro, porém lembramos que as demais medidas de cunho cambial estão mantidas”.

Imobiliário

A mudança no Regime Especial de Tributação (RET) traz impacto para diversas empresas de construção, expicam. As mais expostas ao Minha Casa Minha Vida são MRV, Direcional e Rodobens.

Bens de Capital

Para bens de capital e automotivo, a Ativa vê a Weg como a mais beneficiada. “Paralelamente, estímulos como a queda do IOF beneficiam o financiamento a pessoa física e um setor diretamente beneficiado e com elevada dependência de crédito é o setor automotivo, com destaque para Tegma e Iochpe-Maxion”, ressaltam.

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