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Arezzo dispara 16% e Santander tem 5º alta seguida; JBS cai 8% na semana

Ações da Arezzo atingem maior patamar intradiário desde 10 de setembro; volume financeiro já supera em quase 5 vezes a média diária dos últimos 21 pregões

Arezzo dispara mais de 12% na sessão após anunciar compra da Reserva (Paulo Whitaker/Reuters)

Arezzo dispara mais de 12% na sessão após anunciar compra da Reserva (Paulo Whitaker/Reuters)

PB

Paula Barra

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 12h10.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 18h39.

As ações da Arezzo (ARZZ3) dispararam 16,04% nesta sexta-feira, 23, cotadas em 61 reais, após a empresa anunciar, nesta manhã, a compra da Reserva, incluindo em seu portfólio as marcas Reserva, Reserva Mini, Oficina Reserva, Reserva Go, INK e EVA. Com a alta, os papéis alcançaram o maior patamar de fechamento desde 26 de fevereiro. O volume financeiro movimentado com o ativo foi de 346,15 milhões de reais, quase 9 vezes superior à média dos últimos 21 pregões. Quer saber qual o setor mais quente da bolsa no meio deste vaivém? Assine a EXAME Research. 

A operação, que inclui uma quantidade em dinheiro e participação de 8,7% da Arezzo, foi avaliada em 715 milhões de reais. Os papéis de outras empresas do setor de vestuário e calçados, como, Lojas Renner (LREN3), Vulcabras (VULC3), Grendene (GRND3), Guararapes (GUAR3) avançaram 0,47%, 2,80%, 4,87% e 2,04%, respectivamente.

Segundo os analistas Renato Mimica e Bruno Lima, da Exame Research, a movimentação é positiva por parte da Arezzo em termos estratégicos. “Com a compra, a empresa amplia seu escopo e passa a atuar no mercado de moda e vestuário mais amplo”, comentam em relatório. 

Bancos

Em relatório, o Bradesco BBI apontou que o Santander (SANB11), que abre a temporada de resultados do terceiro trimestre do setor, com divulgação na terça-feira, 26, deve registrar o melhor balanço no período. A unit do banco subiu 1,08% no pregão, em sua quinta alta consecutiva. Por sua vez, Bradesco PN (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) quebraram a sequência e recuaram 0,44%, 1,28% e 0,36%, respectivamente. 

Na semana, o quatro bancos figuraram entre as maiores alta do Ibovespa, com ganhos entre 11,26% e 9,61%.

Vale

A Vale (VALE3) avaliou, em nota, como muito positiva a audiência realizada ontem entre a empresa, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Defensoria Pública e governo do Estado sobre indenização referente aos danos causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho. Na nota, a empresa afirmou ainda que seguirá mantendo o diálogo construtivo com os representantes do poder público e instituições de Justiça a fim de chegar a um acordo que beneficie toda a sociedade. Uma nova rodada de negociações foi marcada para 17 de novembro.

Em relatório, o Bradesco BBI escreve que o acordo final seria um “grande ponto positivo” para os papéis da companhia. Nas contas dos analistas do banco, supondo que o desastre de Brumadinho responda por metade do desconto atual da Vale em Bolsa, as ações da companhia poderiam ser reavaliadas em cerca de 14 bilhões de dólares líquidos, ou 2,70 dólares por American Depositary Receipts (ADRs), que são ações da empresa negociadas em Nova York, o que daria um potencial de alta de 23% frente ao patamar atual.

Petrobras

Na próxima quarta-feira, 28, a Petrobras (PETR4) divulga seu balanço do terceiro trimestre, após o fechamento do mercado. Em relatório, os analistas do Credit Suisse comentam que esperam por uma reação positiva aos números, que devem vir sólidos após a empresa ter passado “com maestria” pela crise de Covid-19.

De acordo com eles, a visão é sustentada por um preço de combustível mais alto frente ao último trimestre e números robustos vindos do relatório de produção e vendas liberado na última terça-feira. A projeção do banco para o Ebitda recorrente é de 6,3 bilhões de dólares, aumento de 84% frente ao segundo trimestre. Para a última linha do balanço, a estimativa é de um prejuízo líquido de 744 milhões de dólares, contra a perda de 417 milhões de dólares no período anterior, citando que a depreciação do real frente ao dólar ainda impacta os resultados financeiros da empresa.  

JBS

As ações da JBS (JBSS3) caíram 3,31% no pregão, após o fundo SPS, que detém 21,8% de participação na empresa, abrir pedido de arbitragem para cobrança de indenização contra representantes da holding J&F, dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista. Na semana, os papéis acumularam baixa de 8,19%, a maior do Ibovespa.

BRF e Marfrig

A BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) tiveram hoje plantas reabilitadas para exportar à China, após inspeção realizada pela Administração Geral das Alfândegas do país asiático (GACC). No caso da BRF, a a unidade habilitada foi de Dourados (MS), e, da Marfrig, foi o complexo de Várzea Grande (MT). Na sessão, as ações das companhias recuaram 2,13% e 3,43%, respectivamente.

MSCI

O Bank of America divulgou hoje projeção para composição do índice MSCI LatAm, que tem revisão no próximo dia 10 de novembro. Para o banco, as ações de IRB Brasil (IRBR3), Cogna (COGN3) e Cielo (CIEL3) devem ser excluídas do índice, enquanto Totvs (TOTS3), Bradespar (BRAP4) e Eneva (ENEV3) devem ser incluídas.

Locadoras de veículos

O Credit Suisse elevou o preço-alvo das três locadoras de veículos da Bolsa. A meta das ações da Localiza (RENT3) foi a que mais subiu, em quase 73%, indo de 42,86 reais para 74,00 reais. Para Unidas (LCAM3), o preço-alvo passou de 23,00 reais para 33,00 reais, e Movida (MOVI3), de 18,00 reais para 22,00 reais. Segundo os analistas do banco, a mudança refletem a fusão anunciada entre Localiza e Unidas, assim como perspectiva de crescimento renovada após a crise de Covid-19. No pregão, os papéis da Localiza, Movida e Unidas recuaram 2,25%, 1,03% e 0,34%, respectivamente.

Os analistas comentam que a fusão entre as duas companhias seria transformador para o negócio, criando um líder de mercado muito maior do que seus competidores, embora vejam ainda incertezas em relação à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Por conta disso, eles comentam que o preço-alvo para o papel considera uma probabilidade de aprovação com alterações de 60%, com a meta indo a 60,00 reais caso o acordo seja rejeitado e 83,00 reais, caso aprovado. 

Hypera

As ações da Hypera (HYPE3) caíram 0,57% antes da divulgação do balanço do 3º trimestre. As estimativas do BTG Pactual apontam que a receita líquida no período deve atingir 1,08 bilhão de reais, aumento de 7,0% frente ao terceiro trimestre de 2019, enquanto o lucro líquido deve crescer 5,6%, na mesma base de comparação, indo para 282 milhões de reais.  

Light

As ações da Light (LIGT3) subiram 4,75% na sessão. Em comunicado ao mercado divulgado ontem à noite, a empresa informou que Carlos Alberto Sicupira, sócio da 3G Capital, adquiriu 15,2 milhões de ações ordinárias da companhia, por meio de operação privada, além de outras 14,9 milhões de ações ordinárias que detém indiretamente.   

Com a movimentação, Sicupira passa a ser o terceiro maior acionista da empresa, com cerca de 10% da distribuidora de energia do Rio de Janeiro, depois do fundo de investimento Samambaia Master, de Ronaldo Cezar Coelho, e da Cemig. A companhia mineira detém 22,58% da Light, segundo últimos dados da B3 atualizados em 15 de outubro. 

Track & Field

As ações da Track & Field foram precificadas ontem a 9,25 reais em sua Oferta Inicial de Ações (IPO, na sigla em inglês), ficando abaixo da faixa indicativa. Os papéis estreiam na B3 na próxima segunda-feira, 26. 

Os analistas Mimica e Lima, da Exame Research, reforçaram, em relatório, que mais uma vez uma empresa precisou baixar o preço da ação para emplacar seu IPO e que o fato de a oferta ser majoritariamente secundária, quando os recursos ficam com os acionistas vendedores e não vão para a companhia, e envolver apenas açõe preferenciais elevou a cautela do mercado. 

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