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Ibovespa sobe 3% na semana, a 3º alta seguida, puxado por bancos

Santander, que divulga resultado na terça-feira, sobe pelo 5º dia seguido, e acumula na semana alta de quase 10%

Bolsa: pioram as perspectivas sobre aprovação de estímulo americano antes das eleições (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Bolsa: pioram as perspectivas sobre aprovação de estímulo americano antes das eleições (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 10h27.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 18h50.

O Ibovespa caiu 0,65% nesta sexta-feira, 23, após quatro pregões seguidos de alta, encerrando em 101.259 pontos, mas registrou sua terceira semana consecutiva de ganhos, alta de 3,0%, em meio às expectativas com os balanços do 3º trimestre. Descubra as 10 melhores ações para investir hoje: teste grátis, por 10 dias, a análise da EXAME Research.

O tom positivo do mercado na semana se deu, principalmente, em função das ações dos grandes bancos, que avançaram na expectativa positiva sobre os resultados trimestrais. Depois de Braskem (BRKM5), com alta de 13,88%, as ações do Bradesco PN (BBDC4), Banco do Brasil (BBAS3), Itaú (ITUB4) e BTG Pactual (BPAC11) encabeçaram as maiores altas do Ibovespa no período, com ganhos entre 11,26% e 10,04%. Santander (SANB11) marcou alta de 9,61%, enquanto o Índice Financeiro (IFNC) da B3 registrou ganhos de 7,41%. 

Em relatório, analistas do Bradesco BBI escreveram que os resultados do 3º trimestre do setor devem trazer “fortes evidências” de que os piores impactos da crise da Covid-19 ficaram para trás e que o Santander deve mostrar o melhor resultado.

No campo negativo, JBS (JBSS3), B2W (BTOW3), Ecorodovias (ECOR3), CCR (CCRO3) e Marfrig (MRFG3) registraram as maiores quedas na semana, entre 8,19% e 5,73%. No dia, as ações da JBS caíram 3,31% após o fundo SPS, que detém 21,8% de participação na empresa, abrir pedido de arbitragem para cobrança de indenização contra representantes da holding J&F, dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista. 

(EXAME Research/Exame)

Juros e dólar

Os juros futuros dispararam nesta sexta-feira após o IPCA-15 de outubro superar as estimativas do mercado, apresentando alta de 0,94% na comparação com o mês anterior, ante projeções de 0,81%. Com reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima quarta-feira, 28, o mercado fica na expectativa de como será o tom do comunicado, depois que a última ata falou em alta temporária de preços. Na curva de juros, aumenta a precificação de elevação da Selic na última reunião do ano, em dezembro. Para o encontro de agora, o consenso do mercado ainda trabalha com manutenção da taxa básica de juros em 2,0%.  

O dólar futuro, que chegou a operar no negativo na abertura, virou para alta a partir das 10h, refletindo também a divulgação do indicador. Às 17h27, o contrato futuro da moeda com vencimento em novembro registrava alta de 0,55%, a R$5,624, próximo da máxima do dia. Na semana, acumulava baixa de 0,45%.

EUA

Nos Estados Unidos, os principais índices acionários fecharam em sentidos opostos, diante de resultados corporativos acima das expectativas e com os impasses nas negociações sobre o novo pacote de estímulos do país. O Dow Jones recuou 0,10%, enquanto o S&P500 e Nasdaq avançaram 0,34% e 0,37%, respectivamente.   

"É zero a chance de o pacote americano ser aprovado antes das eleições. Até mesmo porque se um acordo fosse anunciado agora, não haveria tempo hábil para passar na Câmara e no Senado", afirma Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus. 

Segundo ele, uma aprovação do pacote agora favoreceria o presidente e candidato a reeleição Donald Trump, o que seria contra os interesses da democrata e presidente da Câmara, Nancy Pelosi. "Ela vem dando declarações sobre as negociações, mas não quer fechar um acordo sem antes ter certeza que o Joe Biden vai vencer as eleições.", disse.

No radar dos investidores também estão os dados dos Índices de Gerente de Compras (PMIs, na sigla em inglês) de outubro. Divulgado nesta manhã, o PMI industrial dos Estados Unidos ficou praticamente em linha com as estimativas, em 53,3 pontos - acima da linha de corte dos 50 pontos que divide a expansão da contração da atividade. Já o PMI do setor de serviços americano superou as expectativas de 54,6 pontos e veio a 56 pontos. Já na Zona do Euro, o PMI industrial ficou em 54,4 pontos (ante expectativa de 53,1 pontos). Por outro lado, o PMI composto veio abaixo dos 50 pontos, assim como o PMI de serviços. No continente, o destaque positivo ficou com os PMIs da Alemanha, onde o PMI Industrial bateu 58 pontos.

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