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Apostar na queda do dólar talvez não tenha sido a melhor decisão para 2021

Investidores se se perguntam se reduziram as posições na moeda americana muito rapidamente

Dólar: Traders que acumularam apostas contra o dólar no final do ano passado enfrentaram um janeiro difícil, já que a moeda americana superou a maioria dos principais pares (Lee Jae-Won/Reuters)

Karla Mamona

Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 16h17.

Apostar na queda do dólar foi uma das estratégias macro mais populares rumo a 2021. Mas, depois de um início de ano difícil, muitos se perguntam se reduziram as posições na moeda americana muito rapidamente.

O argumento era simples: a recuperação global liderada pela vacinação e a expansão do déficit americano impulsionada por estímulos levariam investidores a buscar ativos dos Estados Unidos. Esses fatores derrubariam o dólar e ampliariam a queda de 5% do ano passado.

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No entanto, a distribuição de vacinas relativamente bem-sucedida nos EUA e sinais de que maiores gastos do governo devem ajudar mais a economia doméstica do que sobrecarregá-la com dívidas levaram operadores a repensar a estratégia. Esse movimento impulsionou os rendimentos, aumentou a atratividade de ativos dos EUA e levou a uma corrida para comprar dólar neste ano.

Obviamente, ainda é cedo para tirar conclusões, mas os mercados começam a considerar a possibilidade de que os EUA - ou pelo menos sua economia - podem mais uma vez ser a “cidade brilhante na colina”: o Bank of America citou o “excepcionalismo americano” no início desta semana ao prever mais ganhos do dólar.

Isso sem contar os benefícios que os EUA colhem de seu papel único no sistema financeiro global - algo que permite que sua moeda tenha bom desempenho quando o país está crescendo mais que outras nações ou mesmo quando o resto do mundo está atolado em uma crise global. Por isso, o dólar pode desafiar os pessimistas e terminar o ano mais forte.

“Está cada vez mais claro que o crescimento dos EUA em 2021 se beneficiará do estímulo monetário e fiscal que está em curso, e a escala será de maior magnitude do que o estímulo fiscal para o resto do mundo desenvolvido”, disse Ed Al-Hussainy, analista de juros e câmbio da Columbia Threadneedle, que administra US$ 547 bilhões em ativos. “Tudo é positivo para o dólar.”

Esse não era o manual para 2021. Traders que acumularam apostas contra o dólar no final do ano passado enfrentaram um janeiro difícil, já que a moeda americana superou a maioria dos principais pares, com alta de 0,9% de um indicador que acompanha a verdinha. Ainda assim, embora isso tenha causado leve queda das posições vendidas, a maioria manteve a aposta na expectativa de que o salto do dólar durasse pouco. A moeda de fato caiu nos últimos dias, mas há uma sensação preliminar, mas crescente, de que o dólar poderia ter um ano muito melhor do que o esperado.

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