Após trimestre recorde, bolsas têm teste com segunda onda da covid-19
Países que reabriram a economia, como China, Alemanha e Estados Unidos viram um retorno nos casos da covid-19. Brasil segue firme na primeira onda
EXAME Hoje
Publicado em 1 de julho de 2020 às 07h07.
Última atualização em 1 de julho de 2020 às 07h14.
O primeiro trimestre de 2020 foi marcado pelo baque com os efeitos da pandemia do coronavírus . O segundo, por uma euforia com preços baixos, com estímulos de bancos centrais e com a possibilidade de uma retomada em V na economia. Qual será o tom dos investidores nas bolsas mundo afora no terceiro trimestre do ano, que começa nesta quarta-feira.
O pregão de ontem trouxe a confirmação de recordes na Europa e nos Estados Unidos. O índice europeu Euro Stoxx 600 teve seu melhor trimestre desde março de 2015, com alta de 12,6% desde o início de abril -- fechando junho com queda de 13,3% no ano. O americano S&P 500, por sua vez, subiu ainda mais: 19,95%, no melhor trimestre desde 1998, marcando uma queda de apenas 4% no ano.
No Brasil, o Ibovespa fechou junho em alta de 8,76% e o trimestre com uma incrível valorização de 30%. Ainda assim, está 20% abaixo da pontuação do início do ano (118.500).
As próximas semanas, e meses, devem ser marcadas por uma atenção dupla às notícias econômicas e às ondas de contágio da covid-19. No campo econômico, os Estados Unidos apresentaram bons dados de confiança do consumidor e anunciaram empréstimos de 140 bilhões de dólares a restaurantes e hotéis. A China anunciou hoje que a atividade industrial cresceu em maio no maior ritmo desde dezembro. No Brasil, a taxa de desemprego, de 12,9%, veio em linha com as projeções. E o governo anunciou ontem a renovação do auxílio emergencial de 600 reais, o que tende a impulsionar o comércio nas próximas semanas.
O problema, claro, é a pandemia do coronavírus. Países que reabriram a economia, como China e Alemanha, viram um retorno nos casos da covid-19. Os Estados Unidos ontem bateram pela quarta vez em duas semanas o recorde diário de novos casos, com 47.000. Ao menos 34 estados têm aumento no número de casos após a reabertura das atividades com o início do verão. O imunologista Anthony Fauci, conselheiro da Casa Branca, afirmou que o país pode chegar a 100.000 casos diários.
O Brasil teve ontem mais 1.271 mortes e 37.997 novos casos da covid-19 em 24 horas, levando o total de mortes a 59.656 e o de casos a mais de 1,4 milhão. A pandemia, infelizmente, não deve desaparecer no terceiro trimestre -- e pode segurar parte da euforia dos investidores.