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Após passar os 115 mil, até onde vai o Ibovespa em 2019?

Nesta sexta-feira, as atenções se voltam para o índice de inflação no Brasil e os dados de PIB nos Estados Unidos

Bolsa B3: investidores estão tensos com a retomada dos negócios depois do Carnaval (Germano Lüders/Exame)

Bolsa B3: investidores estão tensos com a retomada dos negócios depois do Carnaval (Germano Lüders/Exame)

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Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 06h39.

Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 07h27.

São Paulo — Qual o novo limite do rali de natal das bolsas mundo afora? Ontem, Ibovespa, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq fecharam em novos recordes nominais, acumulando alta de cerca de 30% no ano. O Ibovespa só teve três dias de queda em dezembro, e ontem subiu 0,71%, rompeu a marca dos 115 mil pontos, fechando em 115.131.

O bom desempenho de ontem foi puxado pelo resultado do Caged, que mostrou a criação de 99 mil postos de trabalho no Brasil em novembro, bem acima da expectativa de 57 mil vagas. Nesta sexta-feira, as atenções se voltam para indicadores econômicos, no Brasil e nos Estados Unidos.

No Brasil, às 9h, será divulgada a prévia da inflação oficial, com alta mensal de 0,95% influenciada pelo aumento no preço da carne em função da crescente demanda chinesa. A taxa acumulada nos últimos 12 meses deve ficar em 3,80%, abaixo da meta do Banco Central, de 4%. O resultado é especialmente importante porque pesará na decisão de futuros cortes na taxa básica de juros, a Selic.

Uma inflação com viés de alta pode fazer o Banco Central decidir por não anunciar novos cortes na Selic, que fecha o ano na mínima histórica de 4,5%. Para o ano que vem, além da demanda por carne continuar crescente, o índice pode ser afetado pelo aumento de imposto argentino sobre o trigo — o país é responsável por 80% do consumo interno brasileiro. A maior parte de analistas trabalha com a previsão de manutenção da Selic em 2020, um estímulo para a atração de novos investidores para a renda variável.

Hoje também é dia de divulgação do PIB nos Estados Unidos. A previsão é que a maior economia do mundo siga crescendo em ritmo saudável, na casa dos 2%, o que deve ser suficiente para manter em alta a confiança dos investidores.

Nesta sexta-feira autoridades chinesas voltaram a sinalizar que a assinatura da primeira fase do acordo comercial está próxima. O Parlamento britânico também se reúne hoje para votar o Brexit, e a expectativa é que a renovada maioria conquistada pelo governo de Boris Johnson seja o suficiente para a manutenção do otimismo nas bolsas europeias.

Nesta sexta-feira, os índices asiáticos e europeus andaram de lado. As previsões para 2020 seguem otimistas para as bolsas do mundo e, sobretudo, para a brasileira. A previsão da empresa de pesquisas Eleven é que o Ibovespa chegue a 138 mil pontos; outros analistas projetam o índice em 150 mil pontos. O maior risco é uma dificuldade do governo de aprovar novas reformas no Congresso, o que deve dificultar o PIB brasileiro de crescer o que prevê o ministério da Economia — algo como 2,5%.

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