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Aos 90, Warren Buffett desafia os limites de investimentos de longo prazo

Apesar de casos notórios, Exame Research explica o porquê nem todo mundo deve aplicar em ações durante a velhice

Warren Buffet: investidor tem fortuna estimada em 82 bilhões de dólares (Andrew Harrer/Bloomberg)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 31 de agosto de 2020 às 13h47.

O megainvestidor americano Warren Buffett completou 90 anos neste fim de semana e, pouco após seu aniversário, anunciou a mais nova cartada de sua holding Berkshire Hathaway : um aporte estimado em 6,5 bilhões de dólares em ações de cinco empresas japonesas. O investimento, que visa ganhos de longo prazo, levanta o questionamento sobre até que idade é viável investir em renda variável. A resposta é: depende.

No Brasil, Luiz Barsi é a pessoa física com o maior volume de recursos alocado na bolsa brasileira e, mesmo na casa dos 80 anos, segue tomando riscos no mercado de ações.

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Mas nem todo mundo pode se dar ao luxo de buscar ganho de capital na terceira idade. Afinal, assim como no caso de Buffett, se os investimentos de Barsi não vingarem, sua reserva bilionária deve suficiente para garantir seu sustento para o resto da vida.

“Não faz sentido investir 40% em ações aos 30 anos e seguir com 40% em ações aos 70, a menos que você seja uma mega milionário. Nesse caso, o tamanho de sua fortuna torna seu percentual de investimentos em ações indiferente para sua necessidade de gastos”, explica Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research.

Embora as ações tendam a subir no longo prazo, no curto, sempre existe a possibilidade de um forte movimento generalizado de queda, como ocorreu em março deste ano, quando o Ibovespa encerrou o mês com perdas de 29% e nenhuma ação do índice fechou no positivo.

Por vezes, os períodos de queda no mercado de ações podem ser tão longos que demorem anos para se recuperar das perdas. Em maio 2008, por exemplo, o Ibovespa , principal índice da B3, bateu 73.920 pontos na máxima e, se corrigido pela inflação, a marca não foi batida até hoje – mais de 12 anos depois. Desde maio de 2008, o IPCA já avançou 91,7%, enquanto o Ibovespa, cerca de 35%.

Embora não exista uma fórmula que balize exatamente até qual idade é viável investir em ações, uma coisa é certa: quanto mais velho, maior o risco. E segundo Lima, se a renda da aposentadoria não cobre todos seus gastos, é melhor nem chegar perto do mercado de ações e alocar os recursos em investimentos mais seguros. “Mas se sua aposentadoria cobre seus gastos e a reserva é razoável, vale, no máximo, ter ações de boas pagadoras de dividendos”, avalia.

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