Americanas: com R$ 800 milhões em caixa, pedido de recuperação judicial pode vir nas próximas horas
Em nota, companhia diz que segue na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores
Raquel Brandão
Publicado em 19 de janeiro de 2023 às 09h38.
Última atualização em 19 de janeiro de 2023 às 09h38.
A varejista Americanas (AMER3) diz que o pedido de recuperação judicial ficou mesmo mais iminente. "A administração está trabalhando com a possibilidade de, nos próximos dias ou até potencialmente nas próximas horas, aprovar o ajuizamento em caráter de urgência de seu pedido de recuperação judicial", diz o texto publicado há pouco como fato relevante.
Segundo a companhia, a urgência do pedido reflete a posição de caixa atual e é desdobramento da decisão do desembargador Flávio Fernandes que acatou pedido do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME). Assim, ficou determinado o bloqueio do valor de cerca de R$ 1,2 bilhão em conta do banco até a apreciação do mandado de segurança.
"Na presente data, a posição de caixa disponível à companhia para suas atividades alcançou o valor de R$ 800 milhões, sendo que parcela significativa deste valor estava injustificadamente indisponível para movimentação pela companhia na data de ontem", diz o texto.
Ontem, o jornal Folha de S. Paulo também noticiou que a Advocacia Geral da União (AGU) estuda igressar como parte interessada numa eventual recuperação judicial da Americanas, por causa de empréstimos feitos pelo BNDES, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, em valores que somariam R$ 6,4 bilhões. Desse montante, R$ 6,1 bilhões teriam sido emprestados nos últimos quatro anos, durante o governo Bolsonaro.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a companhia diz que segue na busca por uma solução de curto prazo com os seus credores, "para manter seu compromisso como geradora de milhares de empregos diretos e indiretos, amplo impacto social, fonte produtora e de estímulo à atividade econômica, além de ser uma relevante pagadora de tributos". E conclui afirmando esperar que os credores "também se comprometam na busca de soluções".