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Alta de juros nos EUA: Fed eleva taxa para maior patamar em 22 anos

Retomada do ciclo de alta já era esperada pelo mercado; decisão anterior havia sido de manutenção da taxa

Federal Reserve (Fed): banco central americano eleva taxa básica de juros dos EUA (EXAME/Exame)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 26 de julho de 2023 às 15h08.

Última atualização em 26 de julho de 2023 às 17h52.

O Fomc, comitê do Federal Reserve ( Fed ) responsável por decidir a taxa de juros nos Estados Unidos , elevou a taxa em 0,25 ponto percentual (p.p.) nesta quarta-feira, 26, para o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano -- o maior patamar desde 2001. A alta de hoje faz parte de um ciclo de elevação nas taxas que começou em março de 2022 e teve uma leve trégua em junho para avaliar os impactos na economia.

Investidores e analistas especulam que esta pode ter sido a última alta do ciclo de aperto monetário, embora isso não tenha sido colocado explicitamente no comunicado do Fed. No documento, o BC americano informou que a inflação permanece elevada e que"continuará avaliando informações adicionais e suas implicações para a política monetária”.

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"O comunicado não sinalizou um ritmo mais lento de aumentos de juros em reuniões futuras. No entanto, continuamos esperando que o Fomc mantenha a taxa inalterada na reunião de setembro, já que a liderança do comitê defendeu um 'ritmo cuidadoso' de aperto", afirmaram, em nota, os analistas do Goldman Sachs.

Em seu discurso, o presidente do Fed, Jerome Powell, também deixou a porta aberta para novas altas na próxima reunião, em setembro.

“Eu diria que certamente é possível subir os juros novamente na reunião de setembro, se os dados justificarem. E também diria que é possível que optemos por manter [a taxa]. Vamos fazer avaliações cuidadosas a cada reunião”, afirmou Powell em coletiva após a decisão.

Alguns viram a fala como possibilidade de fim do ciclo de alta. "Na coletiva de imprensa, Powell deu a entender que novas altas seriam difíceis. O principal sinal nesse sentido é que ele não fez referência ao gráfico de pontos do Fed, que indicava possíveis altas em setembro ou novembro", avaliou André Diniz, economista da Kinea Investimentos.

Outros, como Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, tiveram uma interpretação contrária. "A decisão hoje parece consistente com a manutenção dos juros em setembro, mas não com o fim do ciclo de alta de juros. Um fim do ciclo de alta só acontecerá se o cenário de inflação for mais suave do que o esperado pelo Fed, o que é improvável neste momento, com as commodities subindo e com a atividade dando sinais de força", disse em nota.

Cerca de 75% das projeções monitoradas pela ferramenta do CME Group estão apostando que a alta de hoje foi a última do ciclo de aperto monetário.

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