Alemanha e Reino Unido permitem atrasos em reformas de mercado
Reformas de mercado serão lançadas a partir de hoje na União Europeia, como parte da segunda fase da Diretriz de Mercados de Instrumentos Financeiros
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 11h55.
Londres - Reguladores no Reino Unido e na Alemanha permitiram que três das maiores bolsas do mundo retardem a implementação das abrangentes reformas de mercado lançadas a partir desta quarta-feira na União Europeia , a segunda fase da Diretriz de Mercados de Instrumentos Financeiros (Mifid II, na sigla em inglês).
A Mifid II começa a vigorar após anos de preparo e busca tornar os mercados mais transparentes e competitivos.
As diretrizes buscam dar mais transparência e escolhas para os investidores, em questões como a compensação de contratos.
As regras, porém, permitem que reguladores locais autorizem que companhias retardem sua implementação.
A Autoridade de Conduta Financeira (FCA, na sigla em inglês) do Reino Unido disse em comunicado que a Bolsa de Metais de Londres e a ICE Futures Europe receberam permissão para retardar as exigências de acesso aberto até julho de 2020.
A FCA disse que sua decisão leva em conta os riscos para o funcionamento ordenado dos negócios que existiriam caso todas as regras já valessem no primeiro dia.
A Autoridade Supervisora Financeira Federal (BaFin) da Alemanha disse em nota separada que a Eurex Clearing, da Deutsche Boerse, também poderá adiar a implementação das regras pelo mesmo período.
A Mifid II é uma das mais importantes regulações após a crise global e afeta boa parte dos mercados de títulos na Europa.
Foram necessários quase oito anos para elaborar as regras, que exigem investimentos em tecnologias novas para lidar com as regulações.
Em declaração sobre o fato, a Deutsche Boerse disse que a retirada do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, foi também um motivo para o atraso na implementação.