São Paulo - Com as fortes perspectivas para o setor global de grãos, o Bank of America Merrill Lynch reforçaram a visão positiva para as ações da Vale Fertilizantes (FFTL4) e SLC Agrícola (SLCE3). Os analistas Fernando Ferreira e Isabella Simonato elevaram a recomendação para as ações da SLC de underperform (performance abaixo da média do mercado) para neutra. O preço-alvo subiu de 19 reais para 23 reais por ação."A SLC deve continuar a se beneficiar de uma alta nos preços dos grãos, já que o algodão, a soja e o milho subiram entre 14% e 53% nos últimos três meses", dizem os analistas. Para a Vale Fertilizantes, o preço-alvo de 22 reais passou para 25 reais. A recomendação de compra foi reiterada e a empresa foi eleita a Top Pick no setor de agro. 

A forte liquidez dos mercados criada pelo afrouxamento monetário praticado pelos mais importantes bancos centrais do mundo pode levar as ações ligadas às commodities para um momento áureo, projeta Stephen Graham, analista do banco Goldman Sachs em relatório publicado hoje.Segundo ele, os papéis ligados às commodities devem "brilhar", especialmente com a grande liquidez criada no mercado com as intervenções dos principais BCs, sugere o analista. "O mercado de ações brasileiro é mais exposto às commodities do que a sua economia", escreveu Graham.Além do efeito causado pela liquidez internacional o banco lembra também que as projeções positivas para as commodities são sustentadas pelo crescimento das economias emergentes. Dentro do setor, as principais recomendações são Petrobras, OGX, Vale, Fibria, Suzano e Minerva.

Relatório do HSBC divulgado nesta quarta-feira (13) estima que a Vale (VALE3); (VALE5) anuncie no próximo dia 18 um plano de investimentos para 2011 da ordem de 20 bilhões de dólares. "Esperamos que a empresa mantenha seu foco em sua divisão de minério de ferro, enquanto desenvolve projetos de fertilizantes", projetam Jordi Dominguez e Jonathan Brandt.A dupla prevê que a Vale continuará focando no segmento de minério de ferro e sugere que o projeto Simandou, na África Ocidental, pode ser acelerado. "Ele requer gastos pesados em investimentos, já que as exigências de infraestrutura são significativas. A Vale precisa construir e expandir ferrovias e portos, bem como desenvolver um novo projeto de minério de ferro", diz o relatório.O HSBC tem classificação de overweight (desempenho acima da média de mercado) para as ações ordinárias da Vale, com preço-alvo em 12 meses de 62 reais.

O Grupo Pão de Açúcar (PCAR5) comunicou nesta quarta-feira (13) que suas vendas brutas alcançaram 7,94 bilhões de reais no terceiro trimestre, alta de 15,9% sobre o mesmo período do ano passado. As vendas líquidas da maior varejista do país somaram 7,1 bilhões de reais entre julho e setembro, volume 16,9%  maior na comparação anual.Para a analista da Ativa Corretora, Juliana Campos, o resultado está de acordo com as estimativas. Porém, seu relatório destaca que apesar de o Pão de Açúcar continuar apresentando crescimento robusto de vendas, os números referentes ao Ponto Frio mostram uma desaceleração frente ao crescimento que foi entregue no primeiro semestre.Adicionalmente, a XP Investimentos acredita que os papéis da varejista tenham uma melhora na perfomance devido os bons números apresentados e ao atraso em relação ao Ibovespa, já que as ações do Pão de Açúcar acumulam queda de 4% em 2010, enquanto o principal índice da bolsa conta com uma valorização de 3,4%.

Mais um banco veio ao mercado para revelar o seu descontentamento com o processo de capitalização da Petrobras (PETR3); (PETR4).  Em relatório de reinício de cobertura das ações, o Credit Suisse rebaixou a recomendação de outperform (performance acima da média do mercado) para neutra. O preço-alvo para as ADRs (papéis negociados em Nova York representativos das ações PETR3) foi reduzido de 65 para 43 dólares.Segundo os analistas Emerson Leite, Marcos Guerra e Vinicius Canheu, as principais razões para a redução de 34% no alvo são a diluição causada pelo aumento de capital, a redução das projeções de produção (exceto os barris transferidos na cessão onerosa) e o pequeno aumento na taxa de desconto como maneira de assumir a nova estrutura de capital da Petrobras."A Petrobras emerge da capitalização com um forte balanço, o que não implica a necessidade de emissão de mais ações no médio prazo, e com uma base expandida de recursos, o que permitirá ela a crescer mais por mais temo e aumentar a flexibilidade operacional. Paradoxalmente, entretanto, a ação não é mais atraente como já foi antes, em nossa visã", destacam os analistas.