São Paulo - Depois de uma valorização de 170% no ano e, impressionantes 280% em 12 meses, o investidor que olha para as ações da Hering certamente pensa: "Perdi o bonde...". Para os analistas do BTG Pactual, entretanto, há ainda espaço no já lotado bonde da Hering. Em relatório publicado ontem, os analistas Thiago Duarte e Fábio Monteiro sugerem a compra dos papéis, com um preço-alvo de 96 reais para os próximos 12 meses. O valor aponta para um potencial de valorização de aproximadamente 27%."A nossa visão positiva está principalmente baseada na habilidade da Hering de entregar taxas de crescimento acima da média do setor nos próximos anos, direcionada principalmente pela forte expansão da base de lojas (suportada por um sólido crescimento das lojas existentes)", mostra o relatório. O banco espera um avanço de 17% na área de vendas por ano até 2012, com um crescimento de 48% na geração de caixa e de 40% nos lucros no mesmo período. É o crescimento mais rápido do setor, dizem os analistas.Para o BTG, o anúncio das expectativas de ganhos por ação acima do consenso do mercado para 2011 e 2012 deve iniciar uma rodada de revisões mais elevadas pelo mercado, enquanto a aceleração da expansão em curso pela Hering pode incentivar alterações nas recomendações para os papéis da varejista. A Hering também é proprietária das marcas PUC e Dzarm.

Com impressões iniciais positivas, o HSBC começou a cobertura dos papéis da MPX Energia (MPXE3), empresa de energia do grupo EBX, com recomendação de manutenção e preço-alvo de 31 reais. "Consideramos a MPX como uma história bem estruturada de crescimento na indústria, devido à sua carteira de projetos verticalizados, competência na execução e administração orientada ao mercado", afirmam Reginaldo Pereira e Eduardo Gomide, que assinam o relatório.

O banco destaca que a empresa pode viabilizar projetos a tarifas e retornos atrativos, independentemente dos planos de expansão do governo. Por outro lado, a dupla adverte que as ações da MPX parecem já precificar a maioria dos projetos concretos, bem como a probabilidade de a empresa colocar outros projetos em operação no médio prazo.

"Qualquer transação para a construção dos projetos representaria um catalisador para as ações. Expectativas negativas a respeito da viabilidade de projetos podem fazer a ação cair, oferecendo um ponto de entrada", ressalta o relatório. Em 2010, as ações ordinárias da MPX Energia apresentam valorização de 29%.

A Socopa comunicou a realização de uma recente aproximação com a diretoria de relações com da Multiplan (MULT3), empresa que ainda não faz parte do universo de cobertura da corretora. O relatório, assinado por Osmar Cesar Camilo e Marcelo Alves Varejão, chama a atenção para alguns fatores que podem ser considerados pontos fortes em relação ao case da Multiplan; são eles: o elevado nível de ocupação de seus shopping centers, a forte geração de caixa, a expectativa de forte crescimento de ABL (Área Bruta Locável) nos próximos anos e o banco de terrenos, que atualmente possui 700 mil metros quadrados.

Em relação aos novos investimentos, a corretora ressalta que a Multiplan conta com 12 projetos em andamento, dos quais 5 são shopping centers. “De acordo com a empresa, o investimento esperado para o período entre 2010 e 2012 deve atingir 1,4 bilhão de reais, lembrando que entre 50% e 70% do montante investido em um empreendimento de shopping center normalmente é realizado através de linhas de financiamento. A administradora também pode contar com o apoio do BNDES, que chega a liberar crédito equivalente a até 50% de um projeto como este, com taxas atrativas”, lembram os analistas.

No ano, as ações ordinárias da Multiplan apresentam uma valorização de 15%.

A Itaú Corretora rebaixou a recomendação das ações preferenciais da Petrobras (PETR4) de outperform (desempenho acima da média do mercado) para market perform (desempenho em linha com a média do mercado). O anúncio veio seguido de um novo preço-alvo para as ações para o final de 2011, definido em 38,20 reais; uma redução de 29% em relação à sua estimativa anterior. 

A analista Paula Kovarsky decidiu pela redução do preço por considerar, entre outros fatores, a diluição depois da capitalização, já incluindo o exercício do lote suplementar, e a aquisição dos barris da cessão onerosa acima da estimativa de valor justo (o preço final ficou em 8,51 dólares).

A analista destaca que o aumento de capital gigantesco encareceu as ações da Petrobras comparada a seus pares internacionais, sendo negociada com prêmio de 34% em relação às principais petrolíferas.  Por outro lado, ela lembra que as reservas da estatal e seu potencial de produção ainda são os melhores no setor. Portanto, é natural que o mercado volte a enxergá-la com bons olhos.

"Como a maior parte dos investidores globais tem se exposto pouco ao setor de energia, quando decidirem rever suas posições naturalmente devem se concentrar nos fundamentos e no potencial de valorização da companhia", finaliza.