São Paulo - Depois de participar de uma reunião realizada na Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais) nesta semana, os analistas do Deutsche Bank reforçaram a aposta de que o Bradesco (BBDC4) desfruta de uma posição única no varejo bancário e no segmento de seguros."Mantemos a nossa recomendação de compra uma vez que vemos o Bradesco com um posicionamento único para capturar o forte potencial de crescimento no varejo bancário e em seguros", escreveram os analistas Mário Pierry e Tito Labarta. O preço-alvo para as ADRs (American Depositary Receipts) é de 22 dólares.A relação entre os prêmios dos seguros e o PIB deve mais que dobrar dos 3,1% nos próximos anos, diz o banco. Apenas 16% das famílias e 25% da frota de veículos no Brasil têm seguro, e apenas 26% e 7% da população possuem cobertura de seguro para saúda ou odontológico, respectivamente.

O Banco do Brasil (BBAS3) está perto de concluir a negociação para ser o novo acionista do chileno CorpBanca, a quinta maior instituição financeira por ativos naquele país. A intenção do BB é ser um grande sócio minoritário, provavelmente o maior deles no banco. As conversas do BB são realizadas com a família Saieh, em especial com o empresário Alvaro Saieh.Segundo a agência de classificação de risco Fitch, ele e a família são os principais acionistas do CorpBanca, com cerca de 39% do capital. A expectativa pelo fechamento do negócio inflou as ações do CorpBanca na Bolsa de Santiago, que saltaram quase 10% em dois dias e já acumulam valorização de 26% em setembro.A analista Mariana Taddeo, da Link Investimentos, lembra que o CorpBanca é uma instituição de médio porte, com valor de mercado de cerca de US$ 3,5 bi (aproximadamente 7% do BB), e opera em diversos segmentos como pessoas físicas e pequenas e grandes empresas. A Link Investimentos tem recomendação de desempenho em linha com o mercado para as ações ordinárias do Banco do Brasil."Atualmente, o CorpBanca possui 110 agências e pontos de atendimento no Chile. Caso ocorra, a aquisição seria estratégica para o BB avançar seu processo de internacionalização. O racional seria atender empresas brasileiras que internacionalizaram suas operações e se beneficiar do aumento do comércio exterior brasileiro, além de atender brasileiros naquele país", pondera Mariana.

De carona nas favoráveis perspectivas ao setor automobilístico, a Coinvalores Corretora destaca possíveis oportunidades em empresas de autopeças, como Marcopolo (POMO4) e Randon (RAPT4). O analista Marco Saravalle chama a atenção para os recentes dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), que revelam um crescimento de 13% na produção de veículos montados de janeiro a agosto de 2010, na comparação com mesmo período ano passado.O relatório sugere que essa expansão tem sido amparada em alguns condicionantes macroeconômicos que refletem o aquecimento da atividade interna. Além disso, é citado que o  setor tem sido impulsionado principalmente, pelo aumento da massa salarial, crescimento do crédito disponível, redução das taxas de juros e elevação nos prazos de pagamentos."A perspectiva para 2010 é de aumento na ordem de 6,5% da produção de veículos. Além disso, outro ponto importante é o  crescimento da safra de grãos, impactando principalmente as vendas de caminhões, que segundo a Companhia Nacional de Abastecimento aumentará em 8,8% em relação ao ano passado", lembra o analista.Adicionalmente, Saravalle espera uma forte retomada de demanda por vagões de carga atrelada aos investimentos desempenhados pela Vale e pela MRS Logística, focadas no
transporte de minério de ferro. A Coinvalores tem recomendação de compra para Marcopolo, com preço-alvo de 6,25 reais, um potencial de valorização de 9,6%, e também para Randon, com preço-alvo de 16 reais, o que representa um potencial de ganhos de 33,6%.

Mais resultados fortes pela frente. Pelo menos esta é a aposta da analista da Itaú Corretora, Paula Kovarsky, quando o assunto é o terceiro trimestre da petroquímica Braskem (BRKM5). Após participar de evento promovido pela companhia, Paula destaca que a Braskem está mudando o foco do projeto Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), para uma refinaria voltada para diesel, enquanto cria oportunidades de fornecimento de petroquímicos por meio de outros locais ou com base em opções alternativas, como gás ou etanol."O foco de curto prazo da empresa está claramente em entregar resultados, com expansão de Ebitda e redução do nível de endividamento. Além disso, a planta de PE (polietileno) verde já alcançou suas metas de venda, com as encomendas alcançando três vezes a capacidade, enquanto as margens de exportação para Europa e Ásia estão próximas às obtidas com a venda do PE normal", ressalta o relatório. A analista mantém a recomendação outperform (desempenho acima da média de mercado) para as ações da Braskem, com preço justo de 20,2 reais.