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Ações do Twitter chegam ao nível mais baixo desde abertura

A desaceleração do crescimento no número de usuários da empresa foi o principal motivo da queda de 11%


	Logo do Twitter na Bolsa de Nova York: a empresa disse ontem que o total de adesões no primeiro trimestre foi de 255 milhões, com o crescimento desacelerando para 25%
 (Andrew Burton/AFP)

Logo do Twitter na Bolsa de Nova York: a empresa disse ontem que o total de adesões no primeiro trimestre foi de 255 milhões, com o crescimento desacelerando para 25% (Andrew Burton/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 14h48.

A desaceleração do crescimento no número de usuários da Twitter Inc. empurrou as ações da empresa para o nível mais baixo desde sua estreia no mercado, no ano passado.

A empresa disse ontem que o total de adesões no primeiro trimestre foi de 255 milhões, com o crescimento desacelerando para 25 por cento, contra 30 por cento no mesmo período do ano anterior.

As ações mergulharam 11 por cento mesmo com a duplicação das vendas – que superaram estimativas dos analistas – para US$ 250 milhões.

Os esforços do Twitter para ir além do microblogging e ingressar no compartilhamento de imagens e vídeos não impulsionou um aumento no número de usuários em um mercado em que a Snapchat Inc. e o serviço Instagram, da Facebook Inc., estão ganhando popularidade.

A empresa precisa que mais consumidores adotem o serviço e permaneçam por mais tempo em um momento em que compete pelos dólares de marketing no mercado de anúncios na web e em dispositivos móveis.

“Wall Street tem o laser focado no número de usuários”, disse Thomas Forte, analista da Telsey Advisory Group em Nova York.

“Para que o Twitter maximize seu valor como um investimento, eles precisam chegar a tantas pessoas quanto possível e fazer um bom trabalho de monetização dessa audiência”.

O diretor financeiro da empresa, Mike Gupta, disse em uma teleconferência com analistas que a empresa com sede em São Francisco não tem planos de buscar uma venda secundária de ações.

As ações da Twitter Inc. caíram para US$ 37,79 após o relatório, nível mais baixo desde 6 de novembro, dia em que os papéis começaram a ser negociados.

A perda líquida da Twitter Inc. se ampliou para US$ 132,4 milhões, ou 23 centavos de dólar por ação, contra US$ 27 milhões, ou 21 centavos, um ano antes.

Excluindo alguns itens, a empresa equilibrou receitas e despesas, superando a perda de 3 centavos prevista pelos analistas.

Ajustes em produtos

O CEO Dick Costolo disse que está fazendo ajustes no produto da empresa para seduzir e reter usuários.

A Twitter Inc. tentou alterar seu design para exibir imagens e vídeos de forma mais destacada e tornar mais fácil seguir conversas públicas.

Contudo, a base de usuários da empresa ainda representa um quinto do total do Facebook.

A Twitter Inc. disse neste mês que contratou Daniel Graf, que foi diretor da unidade de mapas da Google Inc., para ser seu novo chefe de produto a partir de junho. Graf substitui Michael Sippey, que deixou o cargo em janeiro.

A empresa prevê para o segundo trimestre uma receita de US$ 270 milhões a US$ 280 milhões. A média das estimativas dos analistas é de US$ 272 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A receita para o ano será de US$ 1,2 bilhão a US$ 1,25 bilhão, disse a Twitter Inc.

Aumento da concorrência

O Twitter está competindo com o Facebook e o Google no mercado de dólares de anúncios para dispositivos móveis.

A empresa disse recentemente que oferecerá anúncios que os desenvolvedores de software possam usar para impulsionar mais downloads de seus aplicativos: um tipo de produto que ajudou a Facebook Inc. a impulsionar a receita com dispositivos móveis.

Usando sua rede de anúncios, obtida com a aquisição da MoPub, no ano passado, a Twitter Inc. disse que pode atingir mais de 1 bilhão de telefones.

A receita com anúncios móveis respondeu por 80 por cento da receita total com anúncios, disse a Twitter Inc.

A Facebook Inc. disse na semana passada que 59 por cento das vendas com anúncios vieram de dispositivos móveis, contra um nível próximo de zero na época de sua oferta pública inicial, em 2012.

A participação do Twitter no mercado de anúncios móveis, de US$ 31,5 bilhões, deverá subir para 2,7 por cento neste ano, contra 2,4 por cento em 2013, atrás dos 22 por cento do Facebook e dos 47 por cento do Google, segundo a EMarketer Inc.

Mesmo com a desaceleração do crescimento, as pessoas visualizaram suas timelines do Twitter mais frequentemente. Foram 157 bilhões de visualizações, um aumento de 15 por cento em relação a um ano antes.

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