Ações do HSBC despencam após suspeita de transações com dinheiro ilícito
As ações do HSBC em Londres caíam 5,2%, depois que as ações do banco em Hong Kong tocaram a mínima de 25 anos
AFP
Publicado em 21 de setembro de 2020 às 06h21.
Última atualização em 21 de setembro de 2020 às 09h39.
As ações do HSBC em Hong Kong e do Standard Chartered em Londres caíam para mínimas desde pelo menos 1998 nesta segunda-feira, após reportagens afirmando que eles e outros bancos, incluindo Barclays e Deutsche Bank, movimentaram grandes somas de fundos supostamente ilícitos ao longo de quase duas décadas, apesar dos sinais sobre a origem do dinheiro.
As reportagens publicadas pelo BuzzFeed e outras empresas de mídia foram baseadas em relatórios de atividades suspeitas (SARs) vazados, apresentados por bancos e outras instituições financeiras à Rede de Execução de Crimes Financeiros (FinCen) do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos.
As ações do HSBC em Londres caíam 5,2%, para seu nível intradia mais baixo desde 2009, depois que as ações do banco em Hong Kong tocaram a mínima de 25 anos. Os papéis caíram quase pela metade desde o início do ano.
O StanChart recuava 4,6% em Londres, para seu nível mais baixo desde 1998, em um cenário de uma queda mais ampla no mercado com o índice de bancos europeus STOXX caindo 4,8%.
Mais de 2.100 SARs, que em si não são necessariamente prova de irregularidades, foram obtidos pelo BuzzFeed News e compartilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e outras organizações de mídia.
Em um comunicado à Reuters no domingo, o HSBC disse que "todas as informações fornecidas pelo ICIJ são históricas". O banco disse que, a partir de 2012, embarcou em uma "jornada de vários anos para reavaliar sua capacidade de combater crimes financeiros".
O StanChart disse em comunicado que leva sua "responsabilidade de combater crimes financeiros extremamente a sério e investiu substancialmente em programas de compliance".
Os relatórios continham informações sobre mais de 2 trilhões de dólares em transações entre 1999 e 2017, que foram sinalizadas como suspeitas por departamentos internos de compliance das instituições financeiras.
O ICIJ disse que os documentos vazados são uma pequena fração dos relatórios apresentados ao FinCEN. HSBC e StanChart estavam entre os cinco bancos que apareceram com mais frequência nos documentos, informou o ICIJ.