Units do Banco Inter (BIDI11) sobem 4,4% e UBS recomenda compra
Analistas veem desconto nos preços atuais e potencial de alta superior a 150% para os papéis do banco digital em 12 meses
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de abril de 2022 às 15h40.
Última atualização em 18 de abril de 2022 às 20h32.
As units do Banco Inter (BIDI11) avançaram 4,42% nesta segunda-feira, 18, depois do anúncio de retomada de seus planos para se listar na Nasdaq, nos Estados Unidos. O Inter havia cancelado o processo em dezembro.
Uma das mudanças em relação ao modelo proposto anteriormente está nas condições para o cash-out -- o desembolso de dinheiro para compra de ações preferenciais (BIDI4) --, que será limitada a R$ 1,13 bilhão, equivalente a 10% do valor das ações em livre circulação.
"No ano passado, o Inter ofereceu opção de saque para os acionistas (a R$ 45,84 por unit), mas limitado a R$ 2 bilhões e a demanda por essa opção de saque ultrapassou esse limite, cancelando a oferta. Na oferta atual, o valor do saque foi definido em até R$ 1,13 bilhão, mas, se houver mais investidores demandando a opção de saque, o negócio continuará e essa opção será rateada entre os acionistas que a exigirem" afirmou o UBS em relatório.
Analistas do UBS acreditam que o anúncio da operação pode servir de suporte para as units da companhia, que acumulam cerca de 40% de queda no ano. O momento, segundo o UBS, é de comprar as units do Inter. Com preço-alvo de R$ 42 para os papéis em 12 meses, o UBS projeta valorização de mais de 150% em relação ao preço do último fechamento -- R$ 16,53.
Para quem optar por manter o papel, para cada 6 ações ordinárias será entregue uma preferencial resgatável de emissão da HoldFin e uma preferencial para cada duas units do Inter. Posteriormente, o acionista poderá resgatar 1 BDR do Inter lastreado em ações de classe A (direito de 1 voto por ação) para cada preferencial da HoldFin.
Somente os controladores terão ações de classe B, com a mesma participação nos lucros, mas com direito a 10 votos por ação.
O cenário macro, de inflação e expansão econômica fraca, deve reduzir o crescimento dos empréstimos do Inter, segundo o UBS, e adiar a "expectativa de expansão do ROAE [retorno sobre patrimônio médio, na sigla em inglês]".
O nível de preço, no entanto, é um bom ponto de entrada, disseram os analistas. "O preço sobre valor patrimonial (P/VP) do Inter para 2022 não é muito diferente do de bancos incumbentes. O valor de mercado do Inter está menor que US$ 200 por cliente, bem baixo de outros bancos brasileiros."