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Ações da OGX disparam na Bovespa após acordo

Papéis subiram depois de a petroleira anunciar o fechamento das linhas gerais de um acordo com credores para extinguir US$ 5,8 bilhões em dívidas

Bovespa: dívidas de US$ 5,8 bilhões da OGX serão transformadas em ações da companhia  (Paulo Fridman/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 20h25.

São Paulo - Depois de anunciar o fechamento das linhas gerais de um acordo com credores para extinguir US$ 5,8 bilhões em dívidas - que serão transformadas em ações da companhia - a petroleira Óleo e Gás Participações, antiga OGX , de Eike Batista, viu disparar a cotação de suas ações na Bovespa.

Retiradas do Ibovespa, principal índice da Bolsa, devido à drástica volatilidade dos últimos meses, as ações ordinárias fecharam o pregão com alta de 15,79%, cotadas na mínima do dia, de R$ 0,22.

Já haviam batido R$ 0,25, com valorização de quase 32%. Na noite de Natal, a companhia anunciou ter chegado a um acordo com credores internacionais, detentores de bônus que somam US$ 3,8 bilhões. Junto com a dívida com a OSX (empresa de construção naval de Eike) e fornecedores, o total sobe para os quase US$ 6 bi.

O próximo passo será tentar fechar, no início de janeiro, com os donos de bônus da plataforma OSX-3, a redução no valor do aluguel do equipamento, instalado no campo de Tubarão Martelo, a última aposta de produção da petroleira. O arrendamento custa hoje US$ 370 mil por dia à OGX.

A concordância em torno da redução do aluguel é a principal condição para que os credores da OGX efetivem o aporte adicional entre US$ 200 milhões a US$ 215 milhões na petroleira, também previsto no acordo, e que deve dar fôlego à manutenção da produção da petroleira em 2014.

Construída especificamente para operar no campo de Tubarão Martelo, a OSX-3 não é um ativo com grande liquidez, já que teria de ser adaptada para operar em outro campo de petróleo. Este é o principal argumento para tentar convencer os investidores a aceitar reduzir o aluguel da plataforma.

Eduardo Munhoz, do escritório de advocacia Mattos Filho, não quis especificar de quanto é a redução pedida no aluguel e explicou que o acordo está sendo desenhado "a quatro mãos" por representantes da OGX, dos credores da OGX, da OSX e dos credores da OSX-3.


A reestruturação da OGX é considerada confortável pelos principais credores externos. Segundo fonte próxima às negociações, os credores consideram que o plano será capaz de fazer a companhia emergir do processo de recuperação judicial com capacidade operacional, embora ainda não haja clareza sobre o quanto do que investiram será recuperado. Por enquanto, as contas são de que a recuperação será em torno de 25% do capital investido.

Os bônus externos da OGX chegaram a operar a 7% do valor de face, ou seja, chegaram a valer cerca de US$ 250 milhões. "Ainda não se sabe o quanto a nova companhia reestruturada irá valer, tampouco, a quanto serão negociadas na bolsa", observou a fonte.

Entre os fatores que impediram que um acordo fosse fechado antes de a companhia entrar em recuperação a fonte lembrou que "o valor da dívida da OGX com a OSX flutuava e nas primeiras negociações a companhia apresentou valores muito elevados para necessidade de fluxo de caixa".

Outros aspectos que facilitaram o fechamento de um acordo agora foram a redução de 15% para 10% da participação dos acionistas atuais na nova companhia e do montante de dinheiro novo a ser injetado na empresa, antes em torno de US$ 250 milhões.

Para financiar o ano de 2014, esse empréstimo será garantido por bens reais da OGX que não estão vinculados a outros empréstimos e que, como já está previsto na lei, esses credores teriam garantido preferência em uma eventual falência, o que não é esperado pelos credores.

A petroleira tem ainda grandes desafios a vencer. Poderá, por exemplo, ser afastada do bloco BS-4, na Bacia de Santos, se até 8 de janeiro do BS-4 não honrar os pagamentos ao consórcio da área. Além da OGX (40%), integram o bloco a Queiroz Galvão (30%) e a Barra Energia (30%).

O Joint Operating Agreement (JOA) com QGEP e Barra Energia prevê a retirada do sócio em atraso 60 dias após a inadimplência. Segundo a companhia, nesse caso pode haver arbitragem.

A OGX diz que tem hoje "cash calls" na recuperação judicial por atraso de R$ 52 milhões referentes ao bloco. A empresa afirma que desse total deve R$ 16 milhões à Queiroz Galvão e R$ 36 milhões à Petrobrás.

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Retiradas do Ibovespa, principal índice da Bolsa, devido à drástica volatilidade dos últimos meses, as ações ordinárias fecharam o pregão com alta de 15,79%, cotadas na mínima do dia, de R$ 0,22.

Já haviam batido R$ 0,25, com valorização de quase 32%. Na noite de Natal, a companhia anunciou ter chegado a um acordo com credores internacionais, detentores de bônus que somam US$ 3,8 bilhões. Junto com a dívida com a OSX (empresa de construção naval de Eike) e fornecedores, o total sobe para os quase US$ 6 bi.

O próximo passo será tentar fechar, no início de janeiro, com os donos de bônus da plataforma OSX-3, a redução no valor do aluguel do equipamento, instalado no campo de Tubarão Martelo, a última aposta de produção da petroleira. O arrendamento custa hoje US$ 370 mil por dia à OGX.

A concordância em torno da redução do aluguel é a principal condição para que os credores da OGX efetivem o aporte adicional entre US$ 200 milhões a US$ 215 milhões na petroleira, também previsto no acordo, e que deve dar fôlego à manutenção da produção da petroleira em 2014.

Construída especificamente para operar no campo de Tubarão Martelo, a OSX-3 não é um ativo com grande liquidez, já que teria de ser adaptada para operar em outro campo de petróleo. Este é o principal argumento para tentar convencer os investidores a aceitar reduzir o aluguel da plataforma.

Eduardo Munhoz, do escritório de advocacia Mattos Filho, não quis especificar de quanto é a redução pedida no aluguel e explicou que o acordo está sendo desenhado "a quatro mãos" por representantes da OGX, dos credores da OGX, da OSX e dos credores da OSX-3.


A reestruturação da OGX é considerada confortável pelos principais credores externos. Segundo fonte próxima às negociações, os credores consideram que o plano será capaz de fazer a companhia emergir do processo de recuperação judicial com capacidade operacional, embora ainda não haja clareza sobre o quanto do que investiram será recuperado. Por enquanto, as contas são de que a recuperação será em torno de 25% do capital investido.

Os bônus externos da OGX chegaram a operar a 7% do valor de face, ou seja, chegaram a valer cerca de US$ 250 milhões. "Ainda não se sabe o quanto a nova companhia reestruturada irá valer, tampouco, a quanto serão negociadas na bolsa", observou a fonte.

Entre os fatores que impediram que um acordo fosse fechado antes de a companhia entrar em recuperação a fonte lembrou que "o valor da dívida da OGX com a OSX flutuava e nas primeiras negociações a companhia apresentou valores muito elevados para necessidade de fluxo de caixa".

Outros aspectos que facilitaram o fechamento de um acordo agora foram a redução de 15% para 10% da participação dos acionistas atuais na nova companhia e do montante de dinheiro novo a ser injetado na empresa, antes em torno de US$ 250 milhões.

Para financiar o ano de 2014, esse empréstimo será garantido por bens reais da OGX que não estão vinculados a outros empréstimos e que, como já está previsto na lei, esses credores teriam garantido preferência em uma eventual falência, o que não é esperado pelos credores.

A petroleira tem ainda grandes desafios a vencer. Poderá, por exemplo, ser afastada do bloco BS-4, na Bacia de Santos, se até 8 de janeiro do BS-4 não honrar os pagamentos ao consórcio da área. Além da OGX (40%), integram o bloco a Queiroz Galvão (30%) e a Barra Energia (30%).

O Joint Operating Agreement (JOA) com QGEP e Barra Energia prevê a retirada do sócio em atraso 60 dias após a inadimplência. Segundo a companhia, nesse caso pode haver arbitragem.

A OGX diz que tem hoje "cash calls" na recuperação judicial por atraso de R$ 52 milhões referentes ao bloco. A empresa afirma que desse total deve R$ 16 milhões à Queiroz Galvão e R$ 36 milhões à Petrobrás.

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