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Ação do Pão de Açúcar dispara por Carrefour

Os papéis da companhia brasileira chegaram a ter valorização de quase 15 por cento na máxima do pregão

A ação do Pão de Açúcar encerrou o dia a 73,25 reais, com ganho de 12,64 por cento (Arquivo)

A ação do Pão de Açúcar encerrou o dia a 73,25 reais, com ganho de 12,64 por cento (Arquivo)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 18h02.

São Paulo - As ações do Pão de Açúcar refletiram nesta terça-feira a aprovação de investidores quanto ao próximo grande passo que pode ser dado pela varejista, caso a proposta para se unir ao Carrefour no Brasil seja aprovada.

Os papéis da companhia brasileira chegaram a ter valorização de quase 15 por cento na máxima do pregão, após proposta conjunta do empresário Abílio Diniz, do banco BTG Pactual e do braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDESPar) pelas operações brasileiras do Carrefour.

A ação do Pão de Açúcar encerrou o dia a 73,25 reais, com ganho de 12,64 por cento. O Ibovespa teve alta de quase 1,8 por cento, segundo dados preliminares.

Em relatório, o banco Raymond James assinalou que, embora favorecidas, as ações do Pão de Açúcar estavam descontadas em cerca de 13 por cento antes do anúncio desta terça, existindo, portanto, espaço para subir.

Para especialistas que acompanham o setor, a união de Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil pode ser vista, em linhas gerais, como positiva, especialmente por contar com aval do BNDES e eliminar as incertezas de que Diniz havia, de fato, abordado o Carrefour para negociar.

"É difícil saber se vai dar certo porque o negócio tem muitas nuances e não temos informações que seriam relevantes, principalmente sobre a opção com o Casino", afirmou Flávio Barros, gestor na Grau Gestão de Ativos.

Barros se referia à opção que o Casino tem, em 2012, de assumir o controle do Pão de Açúcar, considerando os termos do acordo de acionistas de 2006, que criou a holding Wilkes, por meio da qual Diniz e o grupo francês dividem atualmente o comando da varejista brasileira.


O Casino, insatisfeito com a possibilidade de Diniz estar negociando com seu principal rival na França sem autorização prévia, deu na semana passada sinais de que poderia exercer a opção a que tem direito, o que elevaria sua fatia no Pão de Açúcar para 37 por cento.

A proposta pelas operações brasileiras do Carrefour, que pode criar um grupo com domínio sobre 27 por cento do varejo brasileiro, foi feita por meio da Gama, fundo do BTG Pactual que conta com apoio do BNDESPar.

Para o profissional da Grau Gestão de Ativos, "o mercado vê um potencial muito grande em termos de sinergias" pela união de Pão de Açúcar e Carrefour no Brasil.

Vale destacar, contudo, que a oferta só poderá ser levada adiante se obtiver aprovação do Casino.

"O envolvimento do BNDES dá maior segurança. O mercado está gostando, mas é necessário prestar maior atenção aos possíveis desdobramentos", disse Barros.

Embora também otimista pela participação do BNDES no negócio, o analista Ricardo Corrêa, da Ativa Corretora, avalia a proposta como negativa no curto prazo, justamente pelas incertezas sobre o processo de negociação sem o Casino.

"Entretanto, no longo prazo a fusão poderá ser positiva, gerando sinergias e criando a maior varejista do Brasil", afirmou Corrêa.

No mesmo sentido, a equipe do Raymond James destacou que a proposta pode esbarrar em uma disputa legal a fim de obter a aprovação do Casino, que reforçou nesta terça-feira profundo descontentamento com o movimento de Diniz, acusando-o de violar o acordo de acionistas que ambos possuem.

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