Ação da OGX ganha mais que Petrobras em alta do petróleo, diz Itaú BBA
Gastos com plano de investimentos da estatal compensa cenário de preços mais altos
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2010 às 13h07.
São Paulo – A expectativa de fortes oscilações no preço do petróleo a curto prazo, gerando cotações exageradas no começo do ano, deve movimentar os mercados em 2011 – e impulsionar as ações do setor. A projeção é do Itaú BBA em relatório da última sexta-feira (10).</p>
A recuperação na demanda de abastecimento de petróleo deve elevar os preços do barril no curto prazo e beneficiar as grandes petrolíferas mundiais, projeta o banco. No entanto, esse provável boom do petróleo teria impacto diferenciado nos papéis da OGX (OGXP3) e da Petrobras (PETR4), projetam Paula Kovarsky e Diego Mendes.
Para a estatal, a expectativa é que as cotações em alta no curto prazo tenham impacto negativo, uma vez que os gastos de exploração terão de ser aumentados durante o pico de preços. “Os benefícios imediatos também não devem se refletir nos resultados de curto prazo da companhia”, afirmam os analistas. A corretora reiterou a recomendação market perform (performance em linha com o mercado) para a empresa e aumentou o preço-alvo de 38,20 para 40,40 reais.
Já no caso da OGX (OGXP3), a escalada de preços ecoaria diretamente no potencial de valorização da ação, alterado de 31 para 33,30 reais pela equipe de análise. A recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) foi mantida. Para os analistas, ainda que as ações da OGX possam sofrer certa volatilidade com as mudanças do mercado de petróleo, a empresa continua uma “interessante opção de investimento”. O preço-alvo é atraente tanto em cenário de maior quanto de menor otimismo, projeta a corretora.
Novo pico de preços
No relatório, a corretora traçou expectativa de negociação do petróleo no intervalo entre 85-90 dólares por barril no primeiro semestre de 2011, seguida por uma queda de preços para 80 dólares por barril para o final de 2011.
A projeção é de que os preços do petróleo alcancem uma equação mais positiva entre demanda e oferta após o abrandamento quantitativo norte-americano, dentre outros investimentos governamentais, impedir o fortalecimento do dólar frente a outras moedas. A queda dos preços do barril no segundo trimestre para preços mais razoáveis seria motivada por uma recuperação maior da economia americana, trazendo de volta os fluxos positivos de dólares para o país e fortalecendo novamente a moeda.
“Temos discutido à exaustão a natureza da indústria petrolífera, que é muito menos dinâmica do que parecem acreditar os mercados financeiros. O mercado parece estar aprendendo esta lição até certo ponto, e tem havido muito menos volatilidade de curto prazo incorporada na curva dos futuros de longo prazo, ressaltam os analistas.