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A ‘relação aberta’ com a esposa que derrubou o presidente do BC suíço

Philipp Hildebrand foi corajoso e aplaudido ao fixar uma cotação mínima do franco ao euro, mas agora é visto como espertalhão

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de janeiro de 2012 às 13h56.

São Paulo – De corajoso a espertalhão. Essa foi a mudança da percepção do mercado em relação ao presidente do Banco Nacional da Suíça (BNS), Philipp Hildebrand, em poucos meses e que culminou com o seu pedido de renúncia nesta segunda-feira.

Corajoso porque teve a audácia de fixar uma cotação mínima do franco suíço em relação ao euro em setembro. A última vez que isso tinha acontecido foi em 1978. Com a crise, a Suíça passou a ser vista como um país com a segurança da Alemanha , mas fora da confusão do euro .

A medida funcionou e a moeda do país despencou em relação à moeda única. À época, a manobra foi avaliada como grande importância para um país desenvolvido. Afinal, foi uma intervenção que alçou o termo “guerra cambial” para um novo patamar.

Hildebrand conseguiu então credibilidade ao proteger a economia do país. Mas o que deu errado? Nada, em tese. O problema é que a sua esposa, aparentemente com a informação da intervenção nas mãos, comprou dólares com francos antes que a moeda perdesse valor.

Kasyha Hildebrand, ex-operadora de fundos hedge, sabia o que estava fazendo. Com a desvalorização do franco, o lucro da operação chegou a 60 mil dólares quando ela converteu os dólares de volta em francos.


A operação foi divulgada por um informante que foi demitido e que enfrenta agora um processo por violação das regras de confidencialidade. O denunciante se complicou ainda mais porque vazou os detalhes para um desafeto político de Hildebrand que já tinha pedido a sua renúncia em 2010.

Apesar de bastante suspeita, a manobra foi considerada legal pelas autoridades do país. Legal, mas nada moral aos olhos do mercado e do público. Para piorar a sua situação, o The Wall Street Journal revelou que a ideia da operação teria partido do próprio presidente do BNS.

Hildebrand preferiu sair de cena e pediu a sua renúncia em um breve comunicado publicado no site da autoridade monetária. O economista Andrew B. Busch, estrategista da BMO, que aplaudiu a decisão da desvalorização do franco em setembro deixou hoje uma dica para ele:

“Assim como certos comentários sobre determinados ‘looks’ da sua esposa, há outros itens que não precisam ser compartilhados em um casamento”.

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São Paulo – De corajoso a espertalhão. Essa foi a mudança da percepção do mercado em relação ao presidente do Banco Nacional da Suíça (BNS), Philipp Hildebrand, em poucos meses e que culminou com o seu pedido de renúncia nesta segunda-feira.

Corajoso porque teve a audácia de fixar uma cotação mínima do franco suíço em relação ao euro em setembro. A última vez que isso tinha acontecido foi em 1978. Com a crise, a Suíça passou a ser vista como um país com a segurança da Alemanha , mas fora da confusão do euro .

A medida funcionou e a moeda do país despencou em relação à moeda única. À época, a manobra foi avaliada como grande importância para um país desenvolvido. Afinal, foi uma intervenção que alçou o termo “guerra cambial” para um novo patamar.

Hildebrand conseguiu então credibilidade ao proteger a economia do país. Mas o que deu errado? Nada, em tese. O problema é que a sua esposa, aparentemente com a informação da intervenção nas mãos, comprou dólares com francos antes que a moeda perdesse valor.

Kasyha Hildebrand, ex-operadora de fundos hedge, sabia o que estava fazendo. Com a desvalorização do franco, o lucro da operação chegou a 60 mil dólares quando ela converteu os dólares de volta em francos.


A operação foi divulgada por um informante que foi demitido e que enfrenta agora um processo por violação das regras de confidencialidade. O denunciante se complicou ainda mais porque vazou os detalhes para um desafeto político de Hildebrand que já tinha pedido a sua renúncia em 2010.

Apesar de bastante suspeita, a manobra foi considerada legal pelas autoridades do país. Legal, mas nada moral aos olhos do mercado e do público. Para piorar a sua situação, o The Wall Street Journal revelou que a ideia da operação teria partido do próprio presidente do BNS.

Hildebrand preferiu sair de cena e pediu a sua renúncia em um breve comunicado publicado no site da autoridade monetária. O economista Andrew B. Busch, estrategista da BMO, que aplaudiu a decisão da desvalorização do franco em setembro deixou hoje uma dica para ele:

“Assim como certos comentários sobre determinados ‘looks’ da sua esposa, há outros itens que não precisam ser compartilhados em um casamento”.

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