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4 gráficos mostram como a China pode castigar a Bovespa

Recentes notícias vindas da China têm derrubado papéis de blue chips na bolsa brasileira; veja as empresas impactadas


	Queda do Índice dos Gerentes de Compras industrial da China reforçou as inquietações acerca do crescimento global
 (Getty Images/Matt Stroshane)

Queda do Índice dos Gerentes de Compras industrial da China reforçou as inquietações acerca do crescimento global (Getty Images/Matt Stroshane)

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Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2014 às 15h13.

São Paulo – Os recentes pregões fizeram o Ibovespa voltar no tempo, mais precisamente para agosto de 2013, quando o índice era negociado na casa dos 47 mil pontos. No ano, o principal índice da bolsa brasileira ainda está no terreno negativo, com perdas de 7,5%.

A avalanche de más notícias no campo macroeconômico assustou investidores e arrastou papéis de blue chips para fortes quedas. "A confiança já estava fraca por causa dos dados fracos de empregos dos Estados Unidos divulgados mais cedo neste mês, e a fraqueza foi exacerbada pelos dados chineses", disse Naoki Kamiyama, diretor de estratégia acionária do Bank Of America Merrill Lynch.

A queda do Índice dos Gerentes de Compras (PMI) preliminar industrial da China, a segunda maior economia do mundo, reforçou as inquietações acerca do crescimento global, especialmente nos mercados emergentes ligados a commodities.

O setor industrial da China recuou para 49,6 em janeiro, frente a 50,5 em dezembro. Esta foi a primeira vez desde julho que o PMI industrial chinês ficou abaixo de 50, indicando contração da atividade. Veja a seguir algumas ações prejudicadas pela desaceleração da China.

CSN e Usiminas

As ações da CSN (CSNA3) registram a maior desvalorização dentre os papéis integrantes do Ibovespa em 2014, com um tombo de 21%. Já os papéis da Usiminas (USIM5) perderam 14% no mesmo período.

Parte deste desempenho é reflexo dos temores relacionados à desaceleração chinesa, já que o país é um dos importantes destinos de exportações das companhias.

Nos últimos dias, os rumores de que a CSN poderia começar a vender sua participação de 16% na Usiminas também pressionaram as ações. O objetivo da CSN seria cobrir um possível fechamento de acordo com os sócios asiáticos na Namisa, mineradora na qual a CSN detém 60%.


Vale

O minério de ferro faz parte da pauta de exportações brasileiras, e a China é o maior importador da commodity no mercado global. Os preços do minério de ferro têm apresentado queda no mercado internacional, o que tem prejudicado o desempenho do produto na balança comercial brasileira.

A Vale (VALE3) (VALE5) é uma das empresas mais sensíveis ao noticiário vindo da China. Desde o início do ano, as ações ordinárias da mineradora já recuaram 12,85%, enquanto as preferenciais classe A perderam 12,80%.

Recentemente, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, afirmou que a queda nos preços do minério na China é transitória. “Houve uma política de concessão de crédito mais dura e certamente as siderúrgicas foram atingidas. Essa é uma decisão de política monetária. Como as posições de crédito não estão disponíveis como estavam antes, as siderúrgicas acabam trabalhando com níveis de estoques mais baixos, mas é uma posição transitória”, avaliou Ferreira.

“As ações da Vale podem ter sido demasiadamente descontadas e podem configurar um interessante ponto de entrada”, afirma o analista Lenon Borges, da Ativa Corretora. Para ele, o atual cenário de câmbio, com o real relativamente desvalorizado, também é bastante favorável à mineradora, já que os custos caem consideravelmente, enquanto suas receitas, em moeda estrangeira, expandem.


Suzano

A tese de investimento da Suzano tem sustentado as ações da companhia e trazido boas perspectiva para boa parte dos investidores. Em 2014, os papéis da companhia (SUZB5) registram certa estabilidade, com leve queda de 0,22%.

“Apesar de sermos confiantes na tese de investimento para 2014, a Suzano possui quase a metade de sua receita com exportação de celulose, sendo a Ásia o principal destino destas exportações e com isso os papéis da Suzano podem ser negativamente impactados por uma maior desaceleração na economia chinesa”, explica Lenon Borges.

Os dados globais de dezembro mostraram que houve uma diminuição, abaixo do esperado, das exportações em celulose, registrando queda de 4% na comparação anual, explicado pela menor demanda Chinesa.

“Acreditamos que o resultado do quarto trimestre será beneficiado pelo aumento no período de 16,3% no preço líquido médio de celulose em reais e pela depreciação do real ante o dólar no período. No entanto, para 2014, apesar do câmbio depreciado, vemos um risco com a desvalorização do preço da celulose”, finaliza o analista.


Gerdau e Metalúrgica Gerdau

As ações da Gerdau e da Metalúrgica Gerdau também sofreram recentemente com os indicadores chineses, que ditam o ritmo dos negócios no setor de siderurgia da Bovespa.

As ações preferenciais da Gerdau (GGBR4) já acumulam perdas de 9% em 2014, enquanto os papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4) recuaram 11%.

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