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Kapitalo, BTG e Vinci: arcabouço fiscal justifica pressão em ativos locais

Para Tiago Berriel, estrategista-chefe da BTG Pactual Asset Management, é comum que digam que as expectativas de inflação estão ancoradas, mas isso não são parâmetros estruturais

Carlos Woelz, sócio-fundador da Kapitalo Investimentos, Tiago Berriel, estrategista-chefe da BTG Pactual Asset Management e José Carlos Carvalho, sócio da Vinci Partners: arcabouço fiscal justifica pressão em ativos locais (Divulgação/Divulgação)

Juliana Machado*

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 16h14.

Última atualização em 8 de novembro de 2021 às 13h32.

Se, num primeiro momento, a retomada da atividade brasileira no cenário pós-pandemia mantinha perspectivas mais favoráveis para os ativos brasileiros, o rasgo da confiança dos investidores em relação ao teto de gastos e o compromisso fiscal após reformas agora parecem justificar o atual patamar de preços. Essa foi a principal conclusão das assets Kapitalo, BTG e Vinci, durante evento BTG Bankers Experience.

"Estamos com inflação muito alta então vamos precisar que isso desacelere para vermos uma retomada. E o fiscal, no fim, é um grande ponto a se olhar. O teto não é mais instrumento de estabilização e agora precisamos de uma política mais restritiva", afirmou Carlos Woelz, sócio fundador da Kapitalo Investimentos. "O caminho para o crescimento é tratar de forma crível a trajetória da dívida ou cortar gastos, que não é a direção agora."

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Para Tiago Berriel, estrategista-chefe da BTG Pactual Asset Management , é comum que as pessoas digam que as expectativas de inflação estão ancoradas, mas isso não são parâmetros estruturais, e sim dependem de decisões econômicas. "Então, não dá pra tomar por verdade. Nós perdemos a âncora fiscal. O juro neutro é também muito mais alto nesse contexto, então o [superávit] primário que estabiliza a dívida é maior também", disse.

Com um pouco mais de otimismo, José Carlos Carvalho, sócio da Vinci Partners, tem a perspectiva de que todo problema fiscal levará a uma taxa de juros mais elevada do que previsto há algumas semana, o que impacta o crescimento. No entanto, ele vê alguns pontos que podem ajudar na retomada.

"O fiscal virá expansionista ano que vem. Na agricultura, o preço está atrativo e a área plantada está aumentando. E na parte de investimentos, falamos de 20% do PIB. As vendas de carro estão caindo, mas caminhão está indo muito bem. Alguns dados de trabalho estão melhorando, apesar da inflação. Temos efeitos positivos compensando a alta de juros", enumerou. "Mas, mesmo assim, o crescimento será menor. Que o juro subiu, subiu. Agora o BC terá que correr atrás."

*Juliana Machado é analista CNPI e integra o time de análise de fundos de investimento do BTG Pactual digital. É jornalista formada pelo Mackenzie, com pós-graduação em economia brasileira pela Fipe-USP. Atuou com análise e seleção de fundos de investimento na EXAME e escreveu por quatro anos para o Valor Econômico, nas áreas de governança corporativa ebolsade valores.

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