Varejo: Integração do online e offline será diferencial em 2021, diz analista
Mesmo com restrições pela pandemia, varejo deve encerrar ano com alta de 3,4% nas vendas de Natal; Bruno Lima, da EXAME Research, fala sobre horizonte do setor para 2021
Juliano Passaro
Publicado em 22 de dezembro de 2020 às 14h47.
Última atualização em 22 de dezembro de 2020 às 14h49.
Após começar o ano com uma perspectiva positiva, o varejo acabou sendo prejudicado - assim como a maioria das áreas da economia - pela chegada da pandemia de coronavírus (covid-19) ao Brasil. A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) estimou, em fevereiro (antes da pandemia), que o crescimento esperado nas vendas do varejo ampliado para 2020 era de 5,3%. Já no varejo restrito, que exclui os ramos automotivo e de materiais construção, a expectativa era de uma alta de 3,5%. Contudo, a pandemia fez com que as vendas no varejo tivessem uma retração de 16,8% em meados de abril deste ano, comparado ao mês de março. A esta altura, já não se esperava uma recuperação tão breve desta área da economia brasileira. Vale lembrar que abril foi o primeiro mês completo do isolamento social no Brasil.
Mesmo com todos os imbróglios na economia, o volume de vendas do varejo subiu por seis meses consecutivos. A última pesquisa do IBGE sobre o comércio varejista, divulgada neste mês, mostrou que o varejo subiu 0,9% em outubro em relação a setembro.
Impulsionadas pelo pagamento do 13º salário e da última parcela do auxílio do governo, segundo balanço da Associação Comercial de São Paulo, as vendas do varejo avançaram 0,4% nos primeiros 15 dias de dezembro, em relação ao mesmo intervalo de 2019. Mesmo com restrições devido a pandemia de coronavírus, o varejo deve encerrar o ano com alta de 3,4% nas vendas de Natal, segundo dados da CNC. Estaria este dado mostrando uma possível recuperação do varejo em 2021? O que isso pode influenciar em relação as empresas do setor que estão listadas na bolsa de valores?
O analista da EXAME Research, Bruno Lima, explica que o varejo pode ter um horizonte delicado por causa do fim do auxílio emergencial. "Continuamos acreditando que as grandes empresas (no físico ou online) devem se favorecer do processo de consolidação. Afinal, as maiores têm acesso a capital e maior capacidade de sobreviver a um cenário adverso de menor consumo em 2021", diz o especialista.
No dia 18 de janeiro, o CIO da EXAME, Renato Mimica, receberá Luiz Guanais, do BTG Pactual, para debater qual amelhor ação do varejo para 2021. Em discussão estarão as seguintes companhias: Magazine Luiza, B2W Digital e Via Varejo. Confiraaquicomo participar, gratuitamente.
Grandes empresas do setor de varejo no Brasil estão listadas na bolsa de valores, como é o caso da Magazine Luiza, Via Varejo (dona das Casas Bahia e do Ponto Frio) e Lojas Americanas. De acordo com a tendência da economia e de seu setor de atuação, este tipo de empresa pode ter um horizonte bom ou ruim. Segundo Lima, em relação as companhias listadas, as que estiverem mais adiantadas na estratégia de integração do online com offline devem se sobressair no próximo ano. "Isso aumenta a vantagem competitiva em um ambiente mais adverso", afirmou o analista da EXAME Research.