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Inter ou Pan? Os bancos digitais que valorizaram mais de 100% no ano

Os dois bancos digitais têm mais de 10 milhões de clientes cada um e compartilham o modelo de negócios de oferta ampla de serviços e produtos em plataforma digital

Serviços digitais pelo celular fazem parte da estratégia central dos bancos digitais Pan e Inter | Foto: Divulgação/Banco Pan (Banco Pan/Divulgação/Divulgação)

Karla Mamona

Publicado em 27 de maio de 2021 às 16h37.

Última atualização em 27 de maio de 2021 às 16h48.

A aposta do Banco Pan (BPAN4) e Inter (BIDI11) em superapp tem agradado ao mercado. Somente neste ano, as ações do Inter acumulam alta acima de 100%. Em 12 meses, os papéis subiram mais de 500%. O mesmo fenômeno de valorização ocorre com o Banco Pan. Em 12 meses, a alta registrada é de 319%; no acumulado do ano, é de 145%.

Ambos os bancos têm mais de 10 milhões de clientes e a estratégia adotada por eles é a oferta de serviços e produtos em uma única plataforma digital. Produtos que não são necessariamente financeiros e não são ofertados exclusivamente pelo banco.

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“Se você não tem aquele produto deve oferecer um produto de terceiros. O cliente tem de estar plugado na sua plataforma independentemente de querer produtos seus ou não. É isso que estamos buscando”, afirmouCarlos Eduardo Guimarães, o Cadu, presidente do Banco Pan, em painel realizado no CEO Conference Brasil 2021,organizado pelo banco BTG Pactual (BPAC11).

João Vitor Menin, presidente do Inter, também participou do painel e falou da evolução da plataforma do banco nos últimos anos. Segundo o executivo, o crescimento teve como bases o avanço tecnológico e o custo atrativo do serviço.

“Se a gente pensasse sete anos atrás, a ambição de ser um superapp não existia. Hoje, temos capacidade tecnológica e um acesso a serviços de terceiros que fazem aquele middle, que conectam nossos serviços com os clientes finais, e nosso front, muito baratos. A tecnologia permitiu que a gente pensasse em servir de maneira barata para o cliente e de maneira robusta.”

Menin destacou que o foco do Inter é ser uma empresa B2C ( business to consumer ) e que não há problema no fato de o cliente não ser correntista. “Ele usa nossas funcionalidades e depois vira correntista se fizer sentido para ele. Isso aumenta muito nosso mercado endereçável." Segundo o executivo, depois que a empresa oferece o serviço para o não correntista, oferecer algo para o não brasileiro é um passo.

Stone

Menin também comentou a estratégia de parcerias do Inter. Uma delas foi com a Wiz (WIZS3) na área de seguros, em 2019; nesta semana, foi anunciada uma com a Stone. As duas companhias anunciaram que a Stone vai realizar um investimento de até 2,5 bilhões de reais no banco digital. Com o acordo, aStone passará a deter uma fatia de até 4,99% do Inter e terá direito a um assento no conselho de administração.

“Neste cenário dinâmico que vivemos no Brasil, temos de ser rápidos. Primeiro discutimos o serviço e depois veremos se envolverá equity. Tem de ser prático. O fator binário no Inter para fechar parcerias, envolvendoequities ou não, é a cultura e o desenvolvimento tecnológico. Temos de ser parecidos. Com a Stone, a gente tem um fit cultural.”

Ele destacou ainda que a Stone é a líder no mercado de pessoa jurídica no país em meios de pagamento e que o Inter é líder em pessoa física no mercado digital. Segundo ele, a conexão entre as duas empresas, que representam o varejo e o consumidor, é “espetacular” e algo nunca visto no país.

Planos do Pan

Em relação aos planos do Pan,Cadu Guimarães destacou que o banco está focado em ampliar a carteira de crédito, principalmente para o público das classes C e D. Inicialmente, a ampliação ocorrerá por meio de parcerias.

“Nós queremos ser plug and play e teremos vários canais espalhados pelo Brasil. Nós vamos prover o crédito, seja no balcão de uma farmácia, seja na hora de o cliente pagar uma conta de consumo.”  Ele destacou ainda que o Pan tem ampliado o leque de serviços e produtos, como seguro, adquirência, saúde e até educação.

Na última semana, o Banco Pan firmou uma parceria com o aplicativo Guiabolso para antecipar aos clientes a operação da fase 2 do open banking, que será obrigatória a partir de julho. O objetivo é buscar desde já dados de clientes — com a devida autorização — para fazer ofertas personalizadas, principalmente nas linhas de crédito.

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