Presidente do Fed, Jerome Powell, reforça continuidade da política monetária adotada pelo banco central americano (Kevin Lamarque/Reuters)
Beatriz Quesada
Publicado em 17 de março de 2021 às 15h06.
Última atualização em 17 de março de 2021 às 17h12.
O presidente do Fed, Jerome Powell, admitiu que a inflação nos Estados Unidos deve subir acima da meta de 2% este ano, mas caracterizou o movimento como "transitório", e afirmou que a alta não será suficiente para mudar a política monetária. Powell falou a jornalistas na tarde desta quarta-feira, 17, após o encerramento da reunião do Fomc -- comitê do Federal Reserve (Fed) responsável por definir a política monetária americana.
O Fed manteve as taxas de juros do país no intervalo vigente entre zero e 0,25 ponto percentual, como já era esperado pelo mercado. O banco central americano também se comprometeu a manter o programa de compra de títulos de 120 bilhões de dólares por mês.
A maior mudança no posicionamento da autoridade foi em relação às previsões para a economia. O Fed passa a projetar um crescimento de 6,5% para a economia americana em 2021, com a taxa de desemprego caindo para 4,5% até o final do ano. Na última reunião, o banco central americano previa um crescimento de 4,5% para a economia e colocava o desemprego a uma taxa de 5%.
O mercado teme que a recuperação acelerada da economia -- impulsionado pelo forte ritmo de vacinação e pelo pacote de estímulos de 1,9 trilhão de dólares aprovado por Joe Biden -- force o Fed a aumentar a taxa de juros e revisar sua política de compra de títulos antes do esperado.
Powell, no entanto, garantiu que o banco central americano irá avisar o mercado com antecedência em relação à qualquer redução no programa de compras e reforçou que a política monetária irá permanecer nos moldes atuais até que seja alcançado um "progresso substancial" em direção aos objetivos de pleno emprego e estabilidade de preços.
Sete entre 18 membros do Fed enxergam uma alta de juros para 2023, contra cinco em dezembro. Por outro lado, quatro autoridades acham que pode ser necessário aumentar os juros já no próximo ano -- na última reunião, nenhum membro considerava essa hipótese.