Henrique Castiglione, sócio e diretor comercial da EWZ Capital | Foto: Divulgação (EWZ/Divulgação)
Beatriz Quesada
Publicado em 22 de maio de 2021 às 08h01.
Chegar antes a lugares que o restante do mercado ainda não acessou: essa é a estratégia de crescimento da EWZ Capital. O escritório de agentes autônomos de investimentos (AAIs) tem 600 milhões de reais sob gestão e pretende chegar até o final de 2021 com 1 bilhão de reais apostando na diversificação geográfica.
Descubra as melhores oportunidades da bolsa com a ajuda da Exame Invest Pro
A EWZ está presente hoje nas capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além de quatro cidades do interior paulista: São Roque, Ribeirão Preto, Tatuí e São José dos Campos. No Nordeste, estão sendo montadas operações em Recife e Salvador, e o próximo passo é chegar até Goiânia, totalizando 10 cidades no portfólio de atuação.
“O objetivo é levar a cultura de investimentos à maior quantidade possível de lugares, democratizando o acesso”, afirma Henrique Castiglione, sócio e diretor comercial da EWZ Capital.
Alguns podem pensar que o escritório está remando contra a maré, afinal, em tempos de home office, tudo pode ser feito à distância. Castiglione, porém, aposta que o tempero local é o ingrediente certo para que a empresa cresça organicamente, no boca-a-boca.
Em entrevista à EXAME Invest, o sócio da EWZ afirma que a estratégia principal do escritório é atingir uma parcela do mercado que tem dinheiro e potencial de investimento, mas que ainda não adquiriu a cultura de investir.
Para isso, seria preciso sair do Sudeste, onde estão concentrados 51% dos investidores da bolsa brasileira, segundo a última pesquisa da B3.
“Investidores de grandes capitais do Sudeste e Sul estão acostumados com variedade. Agora, quando você começa a ir um pouquinho mais para o interior -- mesmo aqui de São Paulo -- muitos ainda lidam com um único banco que muitas vezes direciona para opções sem rendimento, como a poupança”, argumenta.
Montar operações locais seria um jeito de conquistar novos clientes e semear a cultura do investimento gradualmente. “Existem muitos clientes que possuem patrimônios na casa de centenas de milhão, mas que não se sentem confortáveis para aplicar mais que 100 mil reais em um primeiro momento. Mas, se eles gostam do atendimento e entendem que investir é seguro e rentável, vão conquistando confiança para investir mais e abrir portas com outros clientes.”
O tíquete médio de entrada do investidor da EWZ é de 250 mil reais, mas Castiglione diz que a média abarca os mais variados perfis, desde o pequeno investidor até contas com sete dígitos.
Nos cinco primeiros meses de atuação com o novo parceiro, o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), o escritório já recuperou os 600 milhões em patrimônio que tinha quando estava associado à XP. “A meta é captar 150 milhões por mês a partir do segundo semestre, terminando o ano acima da marca de 1 bilhão de reais”, declara o sócio.
O banco tem firmado uma série de novas parcerias com assessorias de investimentos em sua estratégia de expansão para o BTG Pactual digital, a corretora voltada para o investidor de varejo. No ano passado, também acertou parceria com a EQI Investimentos, até então o maior escritório ligado à XP.
No caso da EQI, a proposta do banco é atuar como parceiro para ampliar os horizontes da empresa, que já abriu uma gestora e pretende se transformar também em corretora nos próximos meses. A Acqua-Vero Investimentos -- da qual o BTG se tornou sócio em maio -- também quer entrar no mercado de corretoras e planeja abrir capital na bolsa.
Para a EWZ, no entanto, os planos são continuar no mercado de assessoria de investimentos, ao menos por enquanto. “É natural que nós possamos alçar novos vôos dentro da maturidade que o nosso negócio está ganhando, fornecendo mais serviços e soluções. Mas, neste primeiro momento, a nossa expertise é 100% educação financeira e assessoria de investimentos”, completa Castiglione.
Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME