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EQI se prepara para entrar na briga por escritórios de agentes autônomos

Há menos de um ano a própria empresa era alvo de disputa; planos também envolvem criar corretora e casa de análises própria

Juliano Custodio, sócio e CEO da EQI Investimentos | Foto: EQI/Divulgação (Divulgação/Divulgação)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 28 de maio de 2021 às 05h59.

Última atualização em 28 de maio de 2021 às 07h38.

A batalha pelo mercado de agentes autônomos (AAIs) está prestes a ganhar mais um competidor. A EQI Investimentos -- escritório de AAIs que há pouco menos de um ano era pivô da disputa -- está se preparando para absorver concorrentes a partir de agosto,afirmou Juliano Custódio, CEO da EQI, à EXAME Invest .

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Os escritórios de agentes autônomos funcionam como agregadores de AAIs, profissionais que prestam assessoria financeira aos investidores. A regra atual do mercado brasileiro permite que os agentes estejam vinculados a apenas uma corretora, que é quem, de fato, detém a base de investidores. Isso significa que, quando um escritório troca de parceiro, precisa reconquistar seus clientes um a um.

Foi o que aconteceu com a EQI. Nos últimos meses, a empresa esteve focada em recuperar a base que deixou ao trocar a parceria com aXPpela sociedade com o BTG Pactual (BPAC11 ). À época, a EQI administrava quase 10 bilhões de reais, possuía 42.000 clientes e era um dos maiores escritórios associados à XP.

Hoje, a empresa tem 32.000 clientes e conta com um patrimônio de 7,6 bilhões de reais. Dentro desse montante, 540 milhões de reais estão na operação da EQI Asset, gestora do grupo criada no fim do ano passado. Desde a migração, os planos de crescimento envolvem também a criação de uma corretora, que deve sair do papel entre agosto e setembro deste ano, segundo as últimas projeções.

Até lá, a EQI pretende lançar uma casa de análises própria e voltar sua estratégia para captação de novos clientes, começando pela Money Week , carro-chefe da empresa no setor de eventos. “A Money Week marca o retorno da nossa estratégia de realizar eventos e iniciativas de marketing digital para impactar clientes de fora, principalmente de bancos”, afirma Custódio.

E para além dos clientes, a EQI pretende atrair também outros agentes autônomos e escritórios, que são a ponta final de contato com os investidores. “No futuro, teremos muito mais AAIs do que gerentes de banco, e é por isso que a briga pelo mercado de agentes autônomos ainda está só começando no Brasil”, argumenta.

O modelo de agentes autônomos tem sido utilizado como plataforma para fisgar clientes dos grandes bancos, como Itaú Unibanco (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11). É um mercado em ebulição: alguns dos maiores escritórios do país estão trocando de sócios nos últimos meses, a exemplo do movimento feito pela EQI.

Foi o caso da Acqua Vero Investimentos e da Wise Investimentos: ambos deixaram a XP e acertaram com o BTG Pactual (do mesmo grupo que controla a EXAME).

“Estamos vendo as primeiras cenas da luta pelo mercado de agentes autônomos entre XP e BTG. Logo mais, porém, teremos outros players brigando por esse mercado, como Nubank, Banco Inter, Modalmais. E, a partir de agosto, nós também vamos entrar nessa briga”, conta Custódio. O Modalmais já conquistou um escritório da XP, o RJ Investimentos.

Para vencer a disputa -- que promete ficar cada vez mais acirrada --, a EQI aposta na oferta de um modelo de trabalho já pronto. Custódio argumenta que, na concorrência, o AAI pode simplesmente se plugar em uma plataforma e fazer seu trabalho, enquanto, na EQI, recebe de largada uma estratégia de atuação.

“O agente autônomo que vier trabalhar conosco irá contar com nosso modelo de captação de clientes, de gerenciamento da rotina, terá todo o know-how que nos levou de um escritório de 4 pessoas em 2014 para um de 580 pessoas em 2021”, afirma.

Outra estratégia é expandir operações de 11 para ao menos 50 cidades até o final do próximo ano. “Buscamos capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes. No caso de clientes do interior, a proximidade e a confiança são importantes porque eles não estão tão acostumados com corretoras e bancos digitais”, conclui.

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