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Clube recebe Bruno Garcia, da TRUXT: há ativos com preços muito atraentes

Para CIO da gestora, quedas recentes abriram boas oportunidades de compra e preços podem subir mais caso haja algum fator positivo que desencadeie a melhora nas expectativas

Bruno Garcia, CIO da Truxt Investimentos | Foto: Reprodução/EXAME (EXAME/Reprodução)
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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2021 às 11h00.

Última atualização em 10 de novembro de 2021 às 11h15.

A um ano das eleições, o mercado já está precificando a disputa presidencial. O que por um lado tem aspecto negativo, pois reduz o apetite do investidor a risco diante de prazo tão extenso até lá, por outro abre oportunidade de melhora nos preços caso haja algum trigger, algum fato que possa desencadear esse processo de melhora das expectativas.

Foi o que afirmou Bruno Garcia, CFA, executivo-chefe de Investimentos (CIO) da TRUXT, no mais novo episódio do Clube, o videocast semanal da EXAME Invest . Ele conversou com Daniel Cunha, da área de Sales do BTG Pactual, e Bruno Lima, Head de Equity Research do BTG Pactual (BPAC11), os apresentadores do Clube.

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Essa eventual melhora nos preços pode ocorrer neste momento em que alguns ativos ficaram tão descontados com os meses seguidos de queda que já começam a ficar atraentes, apontou Garcia, um veterano com mais de 20 anos de mercado financeiro, primeiro no Opportunity Asset de 1998 a 2001 e, depois na ARX Investimentos entre 2001 e 2017.

Na ARX, ele foi responsável pela gestão das estratégias Long Only e Long & Short e pela supervisão do time de análise de renda variável, cobrindo cerca de 200 empresas listadas. Saiu para fundar a TRUXT junto com José Tovar, CEO da gestora.

"Uma Petrobras [negociada] a duas vezes o Ebitda... a empresa está mais barata que as [petrolíferas] russas, que são horríveis do ponto de vista de governança, e no nível de valuation parecido com o da YPF, que é argentina", disse Garcia.

"Caso o cenário não fique muito negativo e o Brasil não vire uma Argentina, os preços das ações estão começando a ficar muito atraentes", disse o gestor, que afirmou enxergar uma semelhança com crises no passado recente.

"Historicamente, momentos em que o mercado ficou muito negativo com cenário de curto prazo, sem ver luz no fim do túnel, acabam sendo bons pontos de entrada", destacou o gestor da TRUXT. "Foi assim em 2001, antes de o Lula entrar [na Presidência], em 2008, na crise do suprime, e em 2015, no fim do governo Dilma", comparou.

"Às vezes acontece uma Venezuela ou uma Argentina, mas as instituições no Brasil são fortes", afirmou.

"Mesmo com esse pessimismo todo com o Brasil, e eu concordo, dá para capturar devagar esses preços correntes, que eu acho que estão muito bons", disse Garcia, citando inflação e juros em alta e PIB para baixo no contexto adverso para 2022.

Segundo ele, o mercado acabou antecipando a precificação relacionada às eleições em razão do que classificou como desespero do governo de tentar encaixar um programa social desde meados deste ano, sem querer encarar o Teto de Gastos. Ele apontou qual seria a estrategia mais adequada neste momento.

"Mesmo que as coisas estejam muito ruins, dá para ir fatiando e comprando aos poucos. Ninguém vai pegar o 'low' do mercado, mas dá para aumentar a exposição gradualmente."

Garcia pontuou que, apesar de não enxergar com clareza no momento um fator que possa desencadear um processo de melhora, citou de forma hipotética que o mercado pode melhorar se houver notícias positivas sobre o arrefecimento da inflação por choque de oferta ou o fortalecimento de um candidato de terceira via na disputa presidencial.

"Está muito cedo para afirmar com uma bola de cristal que a eleição será disputada de forma polarizada entre Lula e Bolsonaro, sem espaço para uma terceira via", disse Garcia, que relembrou a eleição para o governo de Minas Gerais em 2018. Na ocasião, Romeu Zema, do Partido Novo, arrancou a um mês do primeiro turno e rompeu com a polarização entre PT (do então governador Fernando Pimentel) e PSDB (do ex-governador Antonio Anastasia).

No programa, Garcia contou a visão de investidores estrangeiros sobre o Brasil, com os quais teve contato recente em viagem aos Estados Unidos, e destacou o valor da experiência na gestão. "Se eu fosse escolher um fundo para investir, com certeza buscaria saber quem são as pessoas por trás, há quanto tempo elas fazem aquilo, se a estratégia permaneceu a mesma ao longo do tempo e quão motivadas estão essas pessoas hoje", afirmou.

Assista ao videocast Clube, da EXAME Invest, com Bruno Garcia, CIO da TRUXT:

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