Grande banco é a principal aposta de carteira do BTG Pactual para janeiro
Analistas veem o setor como um dos poucos beneficiados do ambiente com taxas de juros e inflação mais altas
Guilherme Guilherme
Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 15h31.
Última atualização em 4 de janeiro de 2022 às 18h06.
Com a projeção de juros mais altos já no começo de 2022, o BTG Pactual (BPAC11) elegeu um dos principais bancos do país para como sua maior posição na carteira de ações recomendadas para janeiro de 2022. Com exposição de 15%, os papéis preferenciais do Itaú (ITUB4)são a grande aposta dos estrategistas do BTG para este início de ano.
Além do fato de que o setor deve se beneficiar no curto prazo do aumento das taxas de juros, a escolha pelo Itaú considerou os últimos resultados do banco, com destaque para a margem financeira bruta alcançada no terceiro trimestre de 2021.
"A potencial deterioração da qualidade dos ativos em 2022 será, naturalmente, um tema para os bancos. Mas resultados decentes combinados com taxas de juro/inflação mais altas (cenário em que os grandes bancos costumam ir bem) e discussões sobre assimetria regulatória (que pode prejudicar as fintechs) melhora o momentum para as ações de bancos incumbentes", afirma em relatório a equipe de Equity Research do BTG Pactual.
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Por outro lado, o BTG acredita que inflação e juros serão os grandes vilões da economia do país em 2022 — motivo que levou à recomendação de empresas com público-alvo com maior poder de renda. Como representantes desse grupo foram incluídos na carteira de recomendações os papéis de Arezzo (ARZZ3) e Iguatemi (IGTI11), com respectivamente pesos de 10% e 5%.
O BTG acredita que o setor será beneficiado pela esperada reabertura total da economia em 2022, além de ver o consumo de alta renda como mais resistente à piora das condições de atividade local. Outro gatilho para as ações, segundo os analistas, é o recente desempenho de varejistas de luxo, que tiveram suas vendas impulsionadas pelo aumento da poupança de seus clientes em meio a restrições de viagens internacionais.
Commodities
Na frente de commodities, Gerdau (GGBR4), Suzano (SUZB3) , Raízen (RAIZ3) e PetroRio (PRIO3) estão entre as recomendações para janeiro, com peso de 10% cada na carteira de recomendações do BTG.
Parte das expectativas sobre Raízen e PetroRio está apoiada na perspectiva de que o preço do petróleo permaneça em patamares historicamente elevados, favorecido pela atividade econômica global. Já Gerdau e Suzano, segundo o BTG, devem ser beneficiadas pelo "real enfraquecendo continuamente e sinais de suporte aos preços das commodities".
Sobre a Suzano, a equipe do BTG ainda pondera que "o momentum de curto prazo da celulose melhorou consideravelmente nas últimas semanas, com a Suzano anunciando dois reajustes de preços para os mercados asiáticos".
O BTG Pactual também diz esperar maior pressão sobre as siderúrgicas da China conforme o país avança com seus planos de despoluição. Como consequência, os analistas veem "os preços internacionais do aço sustentados no curto e médio prazo, beneficiando diretamente a Gerdau". O banco de investimento também espera que a empresa se beneficie do mercado de aços longos no Brasil e do plano de infraestrutura do governo de Joe Biden.