(triloks/Getty Images)
O que faria você resgatar seu investimento atual? Levantamento divulgado pela B3 em dezembro revelou que 64% dos entrevistados tomariam essa atitude se precisassem do dinheiro. Apenas 7% pegariam o dinheiro em caso de queda da bolsa. Os dados mostram que não necessariamente o investidor chega ao mercado de ações despreparado para encarar as oscilações — ou seja, aprendeu que não se deve vender na baixa. Por outro lado, levanta a questão: será que ele tem uma reserva de emergência estruturada e sabe o jeito certo de diversificar os investimentos?
“Antes de fazer qualquer alocação em um ativo de maior risco de mercado, crédito ou liquidez, o investidor precisa ter uma reserva de emergência para resgatar da aplicação certa em um momento de urgência”, afirma Odilon Costa, analista de renda fixa e crédito privado do BTG Pactual digital. Por mais que as ações possam ter alta liquidez, em uma emergência, o investidor corre um grande risco de resgatar um investimento em um momento de muita oscilação e, com isso, perder dinheiro.
Antes de escolher o melhor ativo para o dinheiro que vai garantir sua segurança diante de imprevistos, é preciso atentar a alguns requisitos. O principal deles é, sim, a liquidez. Afinal, esse montante precisa estar disponível para resgate a qualquer momento.
Mas a volatilidade é outro ponto importante. Ou seja, a aplicação deve ser previsível, não sofrer grandes oscilações que podem trazer surpresas negativas. Vale destacar também que esse montante deve cobrir de três meses (para pessoas com carreira estável, como funcionários públicos) a 12 meses (no caso de autônomos) de seus custos mensais.
Entre as opções mais conhecidas para esse investimento está o Tesouro Selic (um dos títulos do Tesouro Direto). Como o rendimento está atrelado à taxa básica de juro da economia — hoje, em 2% ao ano —, o investidor garante um rendimento superior ao da poupança (70% da Selic).
Uma alternativa são os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) com liquidez diária. O BTG Pactual digital oferece dois CDBs nesses moldes, com prazos de 12 ou 24 meses e taxas de remuneração equivalentes a 103% e 104% do CDI. Ou seja, superam a rentabilidade da poupança e contam com respaldo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que garante o saldo das aplicações em até 250.000 reais por CPF em caso de problemas com a instituição financeira.
Com a reserva de emergência devidamente estruturada, é hora de começar a montar uma carteira de investimentos. Antes de partir para o mercado de ações, Costa destaca que existem muitos ativos que permitem equilibrar a relação entre risco e retorno. “Existe uma dicotomia no conhecimento sobre investimentos: de um lado, pessoas que têm todos os ativos em renda fixa; do outro, as que têm apenas renda variável”, explica.
Ele destaca que é possível trilhar um caminho entre a renda fixa e o mercado de ações. Quem completou a reserva de emergência, por exemplo, pode começar apostando em títulos de renda fixa atrelados ao indicador oficial da inflação, o IPCA. Eles oferecem uma proteção contra o aumento de preços, mas podem trazer perdas de capital se forem vendidos antes do vencimento.
Ainda na renda fixa, há os títulos de crédito privado. Entre as opções, é possível encontrar Debêntures Incentivadas (isentas de imposto de renda), Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) que atendem os mais diversos perfis de risco.
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“Também é possível fazer alocações em fundos imobiliários, ótimas opções para quem busca uma renda variável um pouco mais conservadora, em comparação ao mercado de ações. Com todo esse portfólio estruturado, aí sim o investidor pode ir para a bolsa”, diz. “O mais importante é conhecer seu perfil, estudar as classes de ativos disponíveis, entender como cada uma delas funciona e quais as vantagens que podem trazer”, finaliza.
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