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Ação do Pão de Açúcar desaba 66% e Assaí dispara até 418% em estreia na B3

Valorização considera o preço inicial fixado em leilão de abertura; papéis da rede de atacarejo Assaí começaram a negociar hoje na Bolsa, sob o código ASAI3

 (Nacho Doce/Reuters)

(Nacho Doce/Reuters)

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Paula Barra

Publicado em 1 de março de 2021 às 11h13.

Última atualização em 1 de abril de 2021 às 14h28.

As ações do grupo Pão de Açúcar (PCAR3) afundaram 66% nesta segunda-feira, 1, indo para 23,33 reais, com a estreia dos papéis da rede de atacarejo Assaí (ASAI3) na B3. Na mínima do dia, chegaram a recuar 74,5%, cotadas em 17,41 reais. Por outro lado, as ações do Assaí marcaram uma alta de 386% frente ao preço fixado no leilão de abertura, encerrando em 71,40 reais. No melhor momento do pregão, subiram 418%, em 76,03 reais.

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Com início às 9h45, horário de Brasília, o leilão que marcou a estreia do Assaí na Bolsa teve como base a fatia de cada empresa no capital social do grupo.

Para os papéis ASAI3, o preço inicial foi de 14,69 reais, correspondentes a 17,7% que a empresa possuía no capital do GPA. O restante equivale ao preço dos papéis ordinários de Pão de Açúcar, que iniciaram o leilão em 68,30 reais (representando 82,3% do capital social do grupo). Os papéis PCAR3 fecharam na sexta-feira cotados em 83,00 reais.

Na última sexta-feira, após o fechamento do pregão, os acionistas do GPA receberam ações ordinárias do Assaí, na mesma proporção de sua participação no GPA. Considerando essa proporção de uma ação do GPA para uma ação do Assaí, o capital social do Assaí passa a ser composto por aproximadamente 268 milhões de ações.

Ao preço de fechamento, Assaí atingiu em sua estreia na Bolsa valor de mercado de cerca de 19,16 bilhões de reais, enquanto o de Pão de Açúcar fechou em 6,27 bilhões de reais.

Somados, o valor de mercado das duas empresas alcançou 25,43 bilhões de reais hoje, ou 14,2% acima do valor de mercado de Pão de Açúcar no fechamento do pregão de sexta-feira (22,273 bilhões de reais).

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Mesmo com a disparada, o analista Luis Fernando Mollo, da Exame Invest PRO, ainda vê mais potencial de valorização para os papéis de Assaí. Aos acionistas de Pão de Açúcar, ele indica que vendam as ações PCAR3 e mantenham exposição ao setor de varejo de alimentos via os papéis de Assaí, que tem como recomendação compra.

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Enquanto ele aponta que Pão de Açúcar, que continuará operando no segmento multivarejo e também no exterior com o grupo Éxito, necessita de capital de giro mais intenso e apresenta rentabilidade mais apertadas, o Assaí opera no setor de atacarejo, que é "naturalmente gerador de caixa dado menor necessidade de capital de giro e maior potencial de crescimento".

Ele tem como preço-alvo para as ações do Assaí 120,00 reais para o fim deste ano, o que representa um potencial de valorização de 68% frente o patamar atual.

"Os papéis do Assaí eram negociados a 15 o múltiplo preço sobre lucro (P/L) quando abriram a sessão, perto dos 72 reais, mas vemos as ações negociando a 25 vezes P/L, com uma projeção de lucro de 1,3 bilhão para 2021", comentou.

Para Mollo, a queda de Pão de Açúcar hoje não é exagerada. "O mercado já esperava um potencial de crescimento bem relevante para Assaí dentro do capital do grupo como um todo e, com a cisão, foi isso que ocorreu".

Segundo ele, no preço de abertura desta segunda, a 18 reais, os papéis de Pão de Açúcar estavam sendo negociados de 9 a 10 vezes o P/L para este ano, baseado em uma projeção de 500 milhões de lucro para 2021.

"Olhando para os pares globais, a média de P/L é de 17 vezes, mas tirando alguns casos fora da curva, esse múltiplo cai para 15 vezes. Dando um desconto adicional para PCAR3, dado o risco de execução que tem à frente, a companhia vai voltar a abrir lojas agora, acredito que o P/L justo para os papéis seria de 14 vezes", comentou.

Diante desse múltiplo, ele atribuiu para os papéis PCAR3 um preço-alvo atualizado de 26,00, o que representa um potencial de alta de 11,4% frente ao fechamento de hoje.

"Por isso, não acho essa queda exagerada. Os papéis estão se ajustando a esse múltiplo de preço sobre lucro do que seria justo para eles hoje", explicou.

Em relatório do início de fevereiro, os analistas do BTG Pactual apontavam que as duas empresas combinadas deveriam valer 29,4 bilhões de reais, sendo 23,4 bilhões de reais projetados para Assaí e 6 bilhões de reais para Pão de Açúcar.

Nas contas, eles consideravam um múltiplo preço sobre lucro (P/L) para GPA este ano de 12 vezes (ou 29% menor do que a mediana global para varejistas de alimentos, que é de 17 vezes) e de 18 vezes para Assaí (o que representa um desconto de 10% para o Grupo Mateus).

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