O investidor precisa saber qual o seu perfil de risco antes de definir estratégias e objetivos | Foto: Thinkstock (Wildpixel/Thinkstock)
Jerson Zanlorenzi*
Publicado em 23 de julho de 2021 às 15h17.
Quando o assunto é perfil de risco, normalmente a resposta parece ser rápida e simples para cada um. E é neste momento que corremos os maiores riscos.
Antes de definir as estratégias e os objetivos no processo de construção de riqueza é preciso que cada investidor faça uma reflexão interna e defina qual é o seu perfil ou a tolerância a risco.
Quando falamos de risco, podemos entender de diversas maneiras, desde a volatilidade, incertezas, preços e potencial de perdas.
O mercado costuma classificar os investidores em:
O investidor de perfil conservador preza pela segurança em primeiro lugar. Por causa disso, ele prefere recorrer a investimentos com essa característica, ainda que estes tenham uma baixa rentabilidade.
Entre os investimentos estão os títulos públicos, que são considerados os mais seguros do país. Afinal, o próprio governo federal os garante. Alguns fundos de renda fixa com foco em títulos públicos também podem oferecer menos riscos.
Existem também os títulos privados com liquidez, que contam com a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Estes incluem a poupança, os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), entre outros.
O mercado de ações não é recomendado a esse tipo de investidor. Como se sabe, não há garantias dos valores aplicados e os ativos estão sujeitos à alta volatilidade/oscilações, por isso são chamados de renda variável.
Entre os investidores conservadores e arrojados há um meio-termo: o perfil moderado. Ele apresenta um equilíbrio entre o risco e a busca por melhor rendimento. Com isso, prefere não se expor tanto ao risco como o investidor arrojado, mas não se limitar tanto quanto o conservador.
Desse modo, é possível que o portfólio do investidor moderado tenha acesso aos mesmos produtos do perfil conservador e a alguns investimentos de maiores riscos. Contudo é comum que haja um equilíbrio maior entre as alternativas de ambas as classes de investimento.
Os investidores de perfil sofisticado – também chamados de agressivos e arrojados – estão no outro extremo em relação aos conservadores. Eles aceitam melhor a volatilidade da renda variável. Se tiverem a possibilidade de obter uma boa rentabilidade, é comum que se exponham ao risco.
É importante que essa tolerância esteja associada a maior conhecimento sobre o mercado e uma vida financeira estruturada. Por exemplo, mantendo uma reserva financeira em segurança para não arriscar todo o patrimônio.
Assim, ser um investidor arrojado não significa aceitar correr qualquer risco. É importante fazer uma análise dos riscos, das possibilidades de ganhos e manter uma boa gestão para potencializar a rentabilidade – especialmente no longo prazo.
Muito importante destacar que o perfil de risco deve ser revisto com frequência pelo investidor e que pode ser alterado por fatores externos (mudanças no mercado, crises econômicas etc.) ou internos (aposentadoria, recebimento de herança, gastos extraordinários etc.).
*Jerson Zanlorenzi é o responsável pela mesa de ações e derivativos do BTG Pactual Digital. Já foi estrategista de ações e trabalhou em fundos exclusivos. Com mais de dez anos de experiência no mercado financeiro, se especializou em renda variável e atuou em mesas relevantes no mercado local. Possui dupla graduação em Administração e Ciências Contábeis pelo IBMEC-RJ.