Daniel Galante, COO e CPO da Tivit: IA com foco na produtividade interna e no uso por funcionários
Repórter
Publicado em 19 de dezembro de 2023 às 10h06.
Última atualização em 22 de outubro de 2024 às 15h05.
Athena na mitologia dos deuses gregos representa o conhecimento. Já nos negócios da Tivit, consultoria de tecnologia, o nome fez sentido para batizar uma nova inteligência artificial generativa lançada nesta terça-feira, 19, que promete ser um oráculo para as empresas brasileiras.
A nova ferramenta, que funciona na Azure OpenAI, solução corporativa da Microsoft que funciona nas bases do ChatGPT, permite que as empresas definam exatamente as fontes de dados que deverão ser consultadas para gerar as respostas. O caminho para a informação passa a ser os sistemas internos ou externos, oriundos, por exemplo, de um CRM, ERP ou bases de dados públicas, como normas técnicas e legislações, o que pode ser essencial para determinados setores.
Sendo assim, a IA seria capaz, por exemplo, de responder questões tributárias orientada pelos regramentos brasileiros, que possuem suas características e complexidades próprias. Também, permite a empresa personalizar essas indicações do chatbot a partir de seus próprios processos, garantindo segurança e conformidade.
Para Daniel Galante, COO e CPO da Tivit, a Athena deve servir como um primeiro passo de uso implementação de IA para muitas empresas, que mais tarde podem internalizar a solução e criar uma versão ainda mais adaptada. "Athena se destaca pela customização e pela disponibilidade de versões pré-configuradas para setores específicos. Cada versão é equipada com bases de dados relevantes para sua área, como regulamentações da ANS e da Anvisa para a versão focada em saúde", diz Galante.
Desde a fase de testes, a ferramenta já é utilizada por 16 empresas de diversos setores, como saúde, vendas, agronegócio e departamentos jurídicos. Ela oferece aplicações práticas, como a análise e comparação de documentos e contratos jurídicos ou a simplificação na busca por prontuários médicos.
Sobre o modelo de negócios, a Tivit opta por não revelar o preço do produto, mas explica que funciona em um modelo de escala similar aos serviços de nuvem. O custo para o cliente varia conforme o volume de interações realizadas na plataforma, proporcionando flexibilidade e adaptabilidade ao uso.
Em meio à onda de soluções que chegam ao mercado desde que o ChatGPT foi apresentado, em novembro do ano passado, a IA da Tivit tenta marcar novo para empresa. Em primeiro plano, cria um novo ramo de atuação além do de consultoria e amplia o espaço para a empresa trabalhar na linha de frente da oferta de software.
Em segundo, reafirma uma guinada rumo a ser uma empresa de transformação digital. Nos últimos 8 anos, a empresa acumulou aquisições, como as Stone Age, DevAPI e Sensr IT, que agora permitem ser mais ágil na criação de produtos como a Athena.
Atualmente, soluções como desenvolvimento de software, cloud e cyber security representam 70% dos quase R$ 2 bilhões de receita da Tivit, uma inversão completa em relação à sua orientação anterior para negócios tradicionais.