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No IA Summit de Paris, a IA ganha ares positivos e debate sobre riscos fica de lado

Presidente da França, Emmanuel Macron, preferiu em focar no que a tecnologia pode gerar de benefícios para os franceses

TOPSHOT - France's President Emmanuel Macron (front C) poses for a group picture with world leaders and attendees at the end of the plenary session of the Artificial Intelligence (AI) Action Summit, at the Grand Palais, in Paris, on February 11, 2025. (Photo by Ludovic MARIN / AFP) (Photo by LUDOVIC MARIN/AFP via Getty Images) (LUDOVIC MARIN/Getty Images)
Ramana Rech
Ramana Rech

Redatora

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 12h40.

Temores e preocupações sobre a inteligência artificial perderam espaço nas discussões da conferência AI Summit de Paris, que aconteceu em 10 e 11 de fevereiro. O evento contou com a presença de grandes nomes do setor de IA, como Sam Altman, CEO da OpenAI; Demis Hassabis, CEO do Google DeepMind; e Dario Amodei, CEO da Anthropic.

Enquanto as edições anteriores do evento que ocorreram na Inglaterra e na Coreia do Sul focavam nos riscos e possíveis perigos da IA, em Paris esses pontos foram deixados de lado em favor de uma visão mais otimista sobre a tecnologia. As conversas giraram, principalmente, em torno de como a IA pode acelerar o progresso de áreas como medicina e ciência do clima. As discussões sobre possíveis problemas gerados pela tecnologia ficaram relegados à programação não-oficial.

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A predileção do evento por tópicos mais otimistas está relacionada a uma escolha do presidente da França, Emmanuel Macron, que busca aplicar a legislação europeia para IA, o EU AI Act, de forma mais flexível. Além disso, empresas de IA parecem estar percebendo que há mais vantagens para si próprias se os responsáveis por fazer políticas públicas não estiverem preocupados com a tecnologia.

Emmanuel Macron discursa no AI Action Summit, em Paris: presidente francês participou do evento sobre inteligência artificial no Grand Palais, em 10 de fevereiro de 2025. (LUDOVIC MARIN/Getty Images)

A própria Europa se mostrou arrependida da legislação que aprovou em junho de 2023, reportou o The New York Times. Macron é um dos que mais parecem temer ficar para trás na corrida do desenvolvimento de IA e tem apoiado fortemente a startup francesa de IA Mistral.

DeepSeek no radar

Outro ponto em alta da conferência foi a chegada da startup chinesa DeepSeek, que conseguiu lançar uma IA de ponta com menos recursos do que as rivais estadunidenses, de acordo com informações apresentadas pela DeepSeek. Isso trouxe esperanças para que mais players de diferentes países, inclusive da Europa, consigam entrar no setor.

Participantes do AI Summit de Paris também se perguntam sobre qual será a postura do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação às políticas para IA. Trump revogou as ordens executivas de seu antecessor Joe Biden que traziam obrigações para empresas do setor de IA argumentando que as medidas atrasavam a inovação.

Alguns acreditam que o bilionário Elon Musk, que agora faz parte do governo Trump e já expressou receios em relação à IA, pode persuadir o presidente a ter uma abordagem mais cautelosa em relação à tecnologia. Outros pensam que investidores de risco podem o convencer a acabar com quaisquer regras com potencial de diminuir o ritmo da IA.

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