Amado pelos designers, CEO do Figma acredita que futuro dos produtos digitais passa pela IA
Dylan Field vê na criatividade gráfica o diferencial competitivo para novas empresas e detalha planos para integrar IA no fluxo de criação de interfaces em aplicativos
Repórter
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 08h21.
Última atualização em 21 de novembro de 2024 às 08h22.
HELSINQUE - “Se você não tem alto nível de acabamento e um design excelente, você não se destaca”. A frase é de Dylan Field, CEO do Figma, que esteve no Slush 2024, conferência global de tecnologia realizada em Helsinque, na Finlândia.
Em sua passagem por um dos palcos do evento, Field reforçou a visão de que o design será o principal fator para empresas se destacarem no mercado digital. Ele argumentou que, na era da inteligência artificial (IA),o design é o diferencial estratégico que define o sucesso ou o fracasso de um produto.
Nesse cenário, o papel do Figma, empresa que hoje incomoda gigantes como Adobe na área de criação digital, não é apenas fornecer ferramentas, mas capacitar seus usuários a trazerem qualidade e refinamento excepcionais a suas ideias.
Segundo ele, o foco está em criar soluções que apoiem as equipes ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento, desde a concepção até a implementação, eliminando barreiras entre as fases de um projeto.
IA como ponte entre abstrações
Um dos pontos centrais da fala de Field foi como a IA pode ajudar na tradução de abstrações ao longo do processo de construção de produtos. Ele detalhou como as ferramentas do Figma – incluindo o FigJam que permite que vários designer façam um trabalho ao mesmo tempo, o Figma Design para prototipação e o Dev Mode para a transição do design para código – estão se integrando para criar um fluxo contínuo.
Com os avanços em IA, agora é possível, por exemplo,converter automaticamente um arquivo do FigJam em uma apresentação ou em componentes prontos para desenvolvimento.
Field destacou que um dos maiores desafios no desenvolvimento de software é manter consistência e evitar redundâncias.
“Você não quer novo código o tempo todo. O princípio fundamental da engenharia é não se repetir”, disse. A IA, segundo ele, pode ser uma aliada importante nesse ponto, ajudando a traduzir o design em código diretamente alinhado às bases existentes, reduzindo retrabalho e aumentando a eficiência das equipes.
Field também mencionou outras ferramentas emergentes, como o Cursor, que combinam IA e desenvolvimento, mas que, segundo ele, ainda não são robustas o suficiente para atender às demandas completas de criação de produtos digitais.
Ele reconheceu o potencial de equipes inovadoras no setor, mas deixou claro que o Figma busca ir além: sua visão é oferecer soluções que não apenas conectem abstrações, mas também garantam a excelência no resultado final.
(O repórter viajou a convite da Business Finland)