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Novo avião supersônico poderá viajar de São Paulo até Paris em 2 horas

Fabricante americana de aviões, a Aerion quer criar novos jatos supersônicos e revolucionar a maneira como as viagens aéreas são feitas

Aerion: modelo AS3 pode fazer trajeto entre São Paulo e Paris em duas horas (Aerion/Reprodução)
RL

Rodrigo Loureiro

Publicado em 15 de abril de 2021 às 08h00.

Empresa americana de aviação, Aerion apresentou nesta semana um jato supersônico que promete voar até sete vezes mais rápido do que aviões comuns e que transportam passageiros de um país para outro. De acordo com a empresa, o modelo Aerion AS3 atinge a velocidade de 6.200 km/h. Um Boeing 747, por sua vez, atinge velocidade máxima de 933 km/h.

Para ter uma ideia melhor de quão rápido é isso, a nova aeronave fará o trajeto entre Paris e São Paulo em apenas duas horas. Para efeito de comparação, o trajeto feito por um Boeing tradicional leva algo em torno de 11 horas. Já o trajeto entre as cidades de Los Angeles e Tóquio poderá levar apenas 3 horas, em vez de 12 horas.

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O jato poderá transportar 50 passageiros por uma distância de até 7.000 milhas náuticas (quase 13.000 quilômetros) ao mercado é apenas em 2026. O avião ainda está sendo projetado e deverá fazer seu design concluído até o fim deste ano.

Este é o segundo avião que faz parte da família de jatos da companhia. Antes do AS3, a companhia também apresentou o AS2, um modelo menor e com capacidade para transportar entre 8 e 12 passageiros. Este modelo está previsto para chegar em 2024, em um voo de teste. A estreia no mercado está prevista para 2026.

Aerion AS2 deve chegar ao mercado em 2026 (Aerion/Reprodução)

Fundada em 2002 em Nevada, nos Estados Unidos, a Aerion é comandada por Robert Bass, bilionário americano e fundador do fundo de capital de risco Oak Hill Capital Partners. Bass está investindo em uma nova sede para Aerion, na Flórida.

Novo Concorde?

É quase impossível falar de aviões supersônicos sem mencionar o Concorde. O avião comercial supersônico fabricado entre 1965 e 1978 marcou época na aviação mundial por oferecer pela primeira vez uma maneira mais rápida de realizar voos longos em menos tempo do que com aviões tradicionais. O jato atingia velocidade cruzeiro de 2.158 km/h.

O problema era que voar no Concorde era caro e pouco confortável. Mesmo assim, o avião precisava decolar com pelo menos 90% de seus assentos ocupados para que a viagem não desse prejuízo por conta dos custos com combustível. A média de ocupação dos assentos era pouco superior a 50%.

As empresas British Airways e Air France foram as responsáveis por organizar os voos das 20 unidades do Concorde produzidas e utilizadas até abril de 2003, quando o modelo foi oficialmente aposentado pela pouca viabilidade comercial e por alguns acidentes envolvendo o avião, que era considerado bastante seguro até então.

Resta saber se os novos aviões da Aerion terão o mesmo destino.

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