Tokenização no setor de energia: a otimização da distribuição por meio de smart contracts
A tokenização e os smart contracts emergem como tecnologias promissoras para otimizar a distribuição de energia
Redação Exame
Publicado em 17 de novembro de 2024 às 10h02.
Por André Carneiro*
A indústria de energia está passando por uma transformação significativa impulsionada pela crescente demanda por fontes de energia mais limpas e eficientes, diante de apagões e grandes cenários de desastres naturais que têm gerado preocupações pelo mundo. Neste contexto, a tokenização e os smart contracts emergem como tecnologias promissoras para otimizar a distribuição de energia e criar um sistema mais flexível e eficiente.
A tokenização é o processo de converter direitos de um ativo real em um token digital, geralmente baseado em blockchain. No setor de energia, isso pode representar unidades de energia, capacidade de geração ou até mesmo participação em projetos de energia renovável.
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Além disso, podemos contar com o uso dos smart contracts, que são programas auto executáveis e que rodam em um blockchain para otimizar atividades. Eles podem automatizar processos como: compra e venda de energia, gerenciamento de demanda e a compensação de excedentes.
Benefícios da tokenização
A implementação desses benefícios tecnológicos no setor de energia prometem não apenas otimizar a distribuição, mas também transformar fundamentalmente a estrutura do mercado, tornando-o mais eficiente, flexível e acessível. Por exemplo:
- Maior eficiência na distribuição - Permite que consumidores e produtores negociem energia diretamente, sem intermediários. Por exemplo, um proprietário com painéis solares pode vender excedentes para vizinhos.
- Redução de custos - Elimina ou reduz significativamente a necessidade de intermediários, diminuindo custos operacionais e tarifas.
- Otimização de recursos - Facilita a alocação mais eficiente de recursos energéticos, reduzindo desperdícios e melhorando a utilização da infraestrutura existente.
- Flexibilidade na gestão de demanda - Implementação fácil de estruturas de preços que se ajustam em tempo real baseadas na oferta e demanda, incentivando o consumo em horários de menor demanda.
- Integração de fontes renováveis - Simplifica a incorporação de energia solar e eólica na rede e incentiva a produção descentralizada de energia. Tornando mais atraente para consumidores investirem em geração própria, como painéis solares residenciais.
- Transparência e rastreabilidade - Oferece visibilidade em tempo real do fluxo de energia, além de facilitar a auditoria e conformidade regulatória.
- Programas de recompensa - Facilita a criação de programas onde consumidores são recompensados por reduzir o consumo em horários críticos.
A tokenização e o uso de smart contracts pode realmente otimizar a distribuição de energia, mas é importante considerar os desafios de implementação, especialmente no contexto regulatório brasileiro.
Como todo setor, é preciso que ele tenha uma adoção e regulamentação do que é ofertado. Além, claro, de contar como uma segurança e escalabilidade, garantindo que tudo esteja de acordo e não ocorram problemas indevidos na implementação dessas novas soluções.
Desafios e riscos para o setor
Outro ponto importante que não podemos deixar de destacar são os principais desafios da tokenização no setor de energia, especialmente quando implementada através de smart contracts.
Alguns problemas técnicos como falha no código que podem afetar a distribuição de energia e na integração com a infraestrutura e possíveis ataques cibernéticos estão propensos a acontecer. Além disso, claro, riscos de mercado, como volatilidade no preço dos tokens, baixa liquidez inicial, manipulação de mercado e a concentração de tokens em poucos players.
Para finalizar, a tokenização e os smart contracts têm o potencial de revolucionar a distribuição de energia, criando um sistema mais eficiente, flexível e sustentável. À medida que a tecnologia amadurece e as barreiras regulatórias são superadas, podemos esperar uma adoção crescente dessas soluções inovadoras no setor de energia.
*André Carneiro é CEO da BBChain.
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