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Por que o bitcoin é “um diversificador único” para a BlackRock, uma gestora de US$ 10,5 trilhões?

Dados apresentados pela maior gestora de ativos do mundo revelam que bitcoin superou performance do ouro e S&P 500 em momentos de instabilidade geopolítica

Logotipo da gestora BlackRock em um prédio de Nova York (Shannon Stapleton/Reuters)
Mariana Maria Silva

Repórter do Future of Money

Publicado em 20 de setembro de 2024 às 18h59.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 19h18.

Criado há mais de uma década e meia como uma forma de protesto ao sistema financeiro tradicional, o bitcoin deu início a uma nova classe de ativos digitais que têm sua importância reconhecida por gigantes do mercado financeiro, como a BlackRock, maior gestora de ativos com US$ 10,5 trilhões sob gestão.

Em um novo relatório, a BlackRock apresentou o bitcoin como um ativo que pode servir como uma alternativa “em tempos de medo e determinados acontecimentos geopolíticos disruptivos”.

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Dados compilados pelos especialistas da gestora revelam que o bitcoin teve uma performance melhor que o ouro e o S&P 500 em momentos de instabilidade geopolítica, como a pandemia de Covid-19 e a crise bancária de 2023 nos Estados Unidos.

“A natureza escassa, não-soberana, global e descentralizada do bitcoin fez com que alguns investidores o considerassem uma opção de ‘flight to safety’ em tempos de medo e em determinados eventos geopolíticos disruptivos”, disse o documento assinado por Samara Cohen, CIO de ETFs e investimentos de índice, Robert Mitchnick, head de ativos digitais e Russell Brownback, head global de posicionamento macro para renda fixa na BlackRock.

“No longo prazo, a trajetória da adoção do bitcoin deve ser conduzida pela intensidade das preocupações com a estabilidade monetária global, geopolítica e da política norte-americana. Isso é o inverso da relação que é geralmente atribuída aos ativos de risco tradicionais”, acrescentaram os executivos.

Crença e convicção da BlackRock

“Enquanto a BlackRock ofereceu produtos relacionados ao bitcoin para seus clientes apenas a partir de 2022, os anos que antecederam isso representaram um período importante de estudo, monitoramento e engajamento com o cliente”, diz o documento.

“Nós acreditamos que o bitcoin, através de sua natureza global, descentralizada, com suprimento fixo e de ativo não-soberano, possui catalisadores de risco e retorno que são distintos das classes tradicionais de ativos, e que estão fundamentalmente descorrelacionados em qualquer base de longo prazo. Nós mantemos a nossa convicção mesmo que o comportamento de negociação no curto prazo do mercado apresente divergências ocasionais (em alguns casos, de forma profunda) do que as características fundamentais do bitcoin sugerem”, acrescentaram os executivos.

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