Pix passa de R$ 1 trilhão movimentados e chega a quase 40% dos brasileiros
Novo sistema de pagamentos completa seis meses e já é o principal método de transações do país, superando TED, DOC, boletos e cheques somados
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 17 de maio de 2021 às 13h29.
Última atualização em 19 de maio de 2021 às 08h28.
Novo sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, o Pix completou seis meses em funcionamento no domingo, 16, com novas funcionalidades e uma marca relevante: quase metade da população brasileira já aderiu ao sistema.
Segundo dados do Banco Central (BC), o Pix já conta com mais de 230 milhões de chaves cadastradas, entre pessoas físicas e jurídicas, número maior do que os 212 milhões de habitantes do país de acordo com o IBGE — o número de chaves é maior do que a população devido ao fato de as pessoas poderem cadastrar mais de uma chave Pix no sistema, para diferentes contas bancárias.
O número de usuários do Pix, apesar de bem menor, é extremamente relevante, chegando a 82 milhões no início do mês, o que significa que quase 40% da população brasileira já aderiu ao sistema desde o seu lançamento, em 16 de novembro. Se considerada apenas a população adulta, responsável por 97% das operações no novo sistema, o número de usuários do Pix passa de 50%.
A agilidade do novo sistema, cuja compensação é instantânea, o fato de funcionar 24 horas por dia e sete dias por semana, e, principalmente, o fato de ser gratuito, impulsionaram o Pix em todo o país. Além disso, novas funcionalidades, como o recém-lançado Pix Cobrança e o Saque Pix, já em consulta realizada pelo BC para lançamento ainda em 2021, também favoreceram a adoção da tecnologia.
Os números relacionados à adoção do Pix pelos brasileiros crescem de forma acentuada e constante desde seu lançamento. Em dezembro, um mês após sua disponibilização pelo BC, o Pix tinha metade do número de chaves registradas atualmente e o número de usuários cresceu mais de 50% desde então.
Mas a maior diferença foi no número de transações — o que é natural com o aumento da confiança no sistema e a compreensão sobre seu funcionamento. Ao longo de todo o mês de dezembro, foram 144,5 milhões de operações pelo Pix, número que chegou a 499,8 milhões em abril. O valor transacionado quase triplicou: de 121,4 bilhões de reais em dezembro para 321,8 bilhões de reais em abril.
Apesar do crescimento e da ampla adoção pelos brasileiros, o Pix ainda não tem grande penetração em algumas faixas etárias. Atualmente, 67% das operações são realizadas por pessoas entre 20 e 39 anos. Pessoas entre 40 e 49 anos respondem por 18% e, acima dos 50 anos, por cerca de 12% — os 3% restantes vem de usuários com menos de 19 anos.
Pouco depois de seu lançamento, o Pix já se tornou o principal método de transferência eletrônicas do país, superando TED e DOC. Em abril, o sistema chegou ainda mais longe, respondendo, segundo dados do "G1", a 51% de todas as transações do país, dado que inclui TED, DOC, boletos bancários e cheques.