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'Pix Internacional': solução que pode integrar pagamentos entre mais de 60 países é testada pelo BIS

Além de serviço do BIS, presidente do Banco Central do Brasil revela a internacionalização do Pix, que deve ter início na América Latina

Pix é serviço pioneiro desenvolvido pelo Banco Central do Brasil (Victor Prilepa/Exame/Getty Images)

Cointelegraph Brasil

Publicado em 12 de setembro de 2022 às 14h38.

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos desenvolvido pelo Banco Central do Brasil, torna-se cada vez mais uma referência mundial. Enquanto Colômbia e Canadá demonstram interesse em adotar o sistema a partir da tecnologia desenvolvida pelo BC, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) revelou que vai realizar os primeiros testes da Nexus, uma plataforma que visa conectar sistemas nacionais de pagamento de 60 países para viabilizar a realização de transações internacionais instantâneas.

O Pix foi lançado pelo Banco Central em 16 de novembro de 2020. Dados da instituição indicam que a quantidade de chaves Pix cadastradas atingiu a marca de 478,3 milhões até 31 de julho de 2022.

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-(Mynt/Divulgação)

O número mostra a popularidade do sistema, cujo número de chaves é maior do que o dobro da população brasileira, estimada em 215 milhões de habitantes pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia Estatística). Segundo o BC, o Pix movimentou R$ 933,5 bilhões em julho através de 2,1 bilhões de transações.

Em novembro de 2021, Campos Neto anunciou que o Banco Central trabalha para permitir que o Pix seja usado em operações sem acesso à internet e em transações internacionais. As novidades não têm data para entrarem em vigor, uma vez que dependem de desenvolvimentos tecnológicos.

Além disso, o presidente da instituição revelou que a Colômbia e o Canadá já demonstraram em interesse em adotar o sistema brasileiro, de acordo com reportagem publicada pelo O Estado de São Paulo no sábado, 10:

"Estamos fazendo uma parte internacional do Pix. Eu tenho conversado bastante com o banqueiro central da Colômbia [Leonardo Villar]. Ele afirma que querem fazer igual lá."

Campos Neto mencionou o baixo investimento necessário à implementação do sistema como um atrativo adicional aos países interessados:

"O Pix é muito barato, custou R$ 5 milhões para o Banco Central brasileiro."

"Pix internacional"

Em março deste ano, o Banco de Compensações Internacionais, também conhecido como "banco central dos bancos centrais", elogiou o sistema brasileiro em um relatório sobre meios de pagamentos digitais. De acordo com o BIS, o Pix é um exemplo de como os bancos centrais do mundo podem apoiar a interoperabilidade e a concorrência entre sistemas de pagamento internacionais, além de servirem de facilitadores para que os países façam a transição de seus sistemas monetários rumo à adoção de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs).

Agora, o hub de inovação do BIS anunciou que vai dar início aos testes de uma plataforma que permitirá a realização de transações financeiras instantâneas entre nações nos mesmos moldes do Pix, informou reportagem do site Poder 360. Intitulado "Nexus", o sistema deve abranger mais de 60 países.

Conforme o site oficial do projeto, o Nexus visa conectar sistemas nacionais de pagamento – como o Pix – “em uma plataforma transfronteiriça”. Os primeiros testes serão realizados entre sistemas digitais de pagamento da Malásia, de Singapura e da Europa, com intermediação do Banco da Itália.

“Esses parceiros têm uma vasta experiência na construção e conexão de sistemas de pagamento”, afirmou o BIS. Em um primeiro momento, os testes processarão pagamentos simulados, "mas não processará dinheiro real ou pagamentos de usuários reais”, esclareceu a instituição.

Sem citar o Pix, o site do Nexus que os sistemas de pagamento instantâneos operantes em diversas regiões do planeta podem diminuir os custos e aumentar a eficiência das transações financeiras internacionais:

“Mais de 60 países já possuem sistemas de pagamento instantâneo (ou ‘rápidos’) que permitem que as pessoas enviem dinheiro umas às outras em segundos. No entanto, enviar dinheiro para o exterior muitas vezes ainda é lento e caro. A conexão desses sistemas nacionais internacionalmente poderia melhorar a velocidade, o custo e a transparência dos pagamentos transfronteiriços."

EUA desenvolve seu próprio sistema

Enquanto isso, a economia mais desenvolvida do planeta ainda trabalha para implantar seu próprio sistema de pagamentos digitais instantâneos. Em fase final de testes, o FedNow deve entrar em operação entre maio e julho do ano que vem.

O Banco Central dos EUA (Fed) projeta que o FedNow seja incorporado por todas as instituições financeiras do país, promovendo a integração e a conexão de empresas e indivíduos para modernizar os sistemas de pagamentos em uma economia onde o cheque ainda é um instrumento comum. No Brasil, por exemplo, quase ninguém usa cheques no dia a dia.

Por sua vez, a Rússia, um dos maiores rivais dos EUA no campo da geopolítica, trabalha para legalizar a utilização de criptomoedas para pagamentos internacionais.

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