LaBitConf: legislação, mineração e o potencial das criptomoedas
Nesta quarta-feira, a conferência promoveu 18 diferentes painéis para ampliar a discussão sobre criptomoedas na América Latina
Lucas Josa
Publicado em 18 de novembro de 2021 às 13h33.
Última atualização em 19 de novembro de 2021 às 10h05.
por Camila Rioja Arantes*
Na última quarta-feira, 17, tivemos o primeiro dia oficial da LaBitConf. Como muitos já devem saber, El Salvador também é bastante conhecido pelo surf, então a temática da conferência não podia ser outra. O espaço foi ambientalizado para parecer a maior praia cripto do mundo e também contamos com artistas locais personalizando pranchas por ali.
Com o intuito de mostrar projetos e produtos que estão moldando a infraestrutura para a revolução financeira e criar um espaço de troca entre a comunidade cripto global - e até, quem sabe, proporcionar parcerias - os estandes dominaram boa parte do evento e devem ficar expostos até amanhã. Alguns dos nomes presentes foram Mercado Bitcoin, Celo, Paxful, Ripio, FTX, Moss, e outras organizações.
Discutir, de fato, meios de ampliar a legislação sobre criptomoedas é essencial para esse avanço. Por isso, tive a oportunidade de participar do workshop “Clínica Legal: conversas e negócios 1 a 1” com advogados internacionais onde discutimos as diferentes nuances legais acerca dos criptoativos. El Salvador é o primeiro país a adotar o bitcoin como moeda oficial e isso mostra uma crescente evolução da região na discussão sobre blockchain.
Com a ideia de democratizar todo esse conhecimento entre os cidadãos salvadorenhos, o museu de El Salvador sediou o Adopting Bitcoin, um evento preparatório para discutirmos o porquê e como a adoção de tecnologias blockchain e o Bitcoin podem auxiliar a economia local.
Para levar essas conversas ao outro nível, palestrantes convidados também tiveram a chance de se apresentar na LaBitConf na última quarta-feira, em painéis como “Diferentes alternativas para a compra de criptomoedas”, “Blockchain 4 Humanity Awards” e “Bitcoin como renda universal e motor do desenvolvimento social e econômico”.
E depois de 48h codando diferentes soluções, os vencedores do hackathon, que se iniciou na segunda-feira, também foram anunciados. A empresa que ficou com o primeiro lugar foi a Biota, que apresentou um projeto em blockchain para preservar o meio ambiente - o que, de certa forma, conseguiu relacionar a solução com questões importantes levantadas durante a COP26.
E para mostrar como tudo isso funciona na prática, amanhã a conferência vai abrigar uma feira de artesanato local, onde todos os comerciantes irão vender em Bitcoin. Continue acompanhando aqui no site e também nas redes sociais do Future of Money.
Camila Rioja Arantes é head da cLabs no Brasil e em El Salvador e trabalha na Celo. É membro do Conselho Editorial do MIT Computational Law Report. Advogada há mais de 10 anos, é pós-graduada em Economics for Competition Law pela King’s College London. Camila também é co-organizadora do São Paulo Legal Hackers e atuou como mentora no HackBrazil, uma iniciativa liderada por Harvard e MIT, assim como jurada do Inclusive Innovation Challenge do MIT. Já trabalhou em casos como a Operação Lava Jato, Cartel de Trem e Metrô e a fusão de US$ 135 bilhões da DowDupont. Camila também acumula passagens pelo Insper, FAAP, Escola Paulista de Direito e University College London como professora convidada.