Investimentos em projetos de criptomoedas caem 21% entre novembro e dezembro
Pelo terceiro mês seguido, o valor injetado por fundos de capital de risco no mercado cripto registrou queda
Cointelegraph Brasil
Publicado em 29 de dezembro de 2022 às 14h52.
Última atualização em 29 de dezembro de 2022 às 15h31.
O capital aportado por fundos em projetos de criptomoedas tem declinado de forma gradual no último trimestre de 2022. Comparado ao total investido em novembro, o montante captado por empresas relacionadas a cripto caiu 21%, totalizando US$ 720 milhões, segundo dados do DefiLlama.
O usuário do Twitter identificado como Q aponta que a queda nos investimentos entre janeiro e dezembro de 2022 foi de 90%. Entre os fundos mais “ocupados” no último mês do ano, Q aponta Binance Labs, a16z, Polychain e Fenbushi Capital.
Crescimento em Web3 e infraestrutura
Em novembro, o setor de infraestrutura em blockchain recebeu US$ 288,45 milhões em investimentos. Já em dezembro, o total aportado no setor foi US$ 488,25 milhões, em oito rodadas. O crescimento foi de 69%. Isso se deve às rodadas de captação realizadas por dois projetos: Aztec Network e Amber Group. Eles receberam, respectivamente, US$ 100 milhões e US$ 300 milhões.
A Amber Group é uma plataforma de ativos digitais e provedora da liquidez, enquanto a Aztec Network é uma solução de escalabilidade da Ethereum, mais precisamente um zk-rollup.
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Dentre as 44 injeções de capital feitas por diferentes fundos em dezembro, três merecem atenção especial, pois foram destinadas a projetos de carteiras de criptomoedas. A Ngrave, que realizou uma rodada de Série A, recebeu US$ 15 milhões. Cypherock e Foundation Devices, ambas em suas primeiras rodadas de captação, receberam respectivos aportes de US$ 1 milhão e US$ 7 milhões. Ao todo, US$ 23 milhões foram destinados a carteiras.
O súbito interesse em equipes desenvolvendo carteiras de criptomoedas pode estar relacionado ao colapso da FTX. Após a queda da exchange, as fabricantes Ledger e Trezor registraram picos de vendas de seus dispositivos. É possível que fundos de capital de risco queiram uma fatia deste mercado.
O setor de Web3, que registrou queda de 67,7% nos investimentos recebidos em novembro quando comparados a outubro, voltou a crescer. Em dezembro, fundos destinaram US$ 101,8 milhões aos projetos deste segmento da economia descentralizada, um aumento de 127,74% em comparação a novembro. Além disso, as rodadas de projetos relacionados à Web3 foram as mais numerosas do mês, totalizando 11.
Mais amor para NFTs e DeFi
Os setores de tokens não fungíveis ( NFTs. na sigla em inglês) e de finanças descentralizadas ( DeFi, na sigla em inglês) tiveram duras quedas em investimentos entre outubro e novembro. Em dezembro, contudo, ambos exibiram ligeiros aumentos.
Através de dez rodadas de captação, o setor de DeFi recebeu um total de US$ 46,55 milhões em investimentos. O aumento foi de 16,3%. A quantia ainda é menor em comparação aos mais de US$ 216 milhões captados em outubro.
Os projetos relacionados a NFT tiveram um crescimento mais generoso no fluxo de capital advindo de fundos. Foram sete rodadas de investimento, totalizando US$ 34,15 milhões captados. O aumento foi de 21,5% em relação a novembro.
Impactos em GameFi
Os jogos em blockchain representam o segmento do mercado de criptomoedas que menos recebeu investimentos em dezembro de 2022. Após somar US$ 185 milhões captados em novembro, o setor de GameFi, como também é conhecido, captou apenas US$ 26 milhões. A queda foi de 86%.
Com exceção das carteiras em hardware, a área de GameFi foi a que recebeu o menor volume de capital e realizou a menor quantidade de rodadas de investimento. Do total captado em novembro, US$ 150 milhões foram destinados a apenas um projeto: a distribuidora de jogos Fenix Games. Desta forma, quando comparado aos US$ 35 milhões restantes, o montante de dezembro para GameFi não é tão menor.
O ano de 2022 termina com US$ 35,9 bilhões investidos em projetos do mercado de criptomoedas, cerca de US$ 7 bilhões a mais que em 2021. Previsões compartilhadas em um relatório da Messari, entretanto, apontam que haverá menos dinheiro de fundos de capital de risco em 2023.
Dan Yamamura, sócio da gestora Fuse Capital, avalia que as previsões do relatório fazem sentido. Ele aponta o caótico cenário macroeconômico como principal culpado. Existe, no entanto, um lado positivo: é possível que novos casos de uso ganhem os holofotes em razão da liquidez reduzida, apresentando novos produtos e serviços ao mercado cripto.
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