Future of Money

FTX paga R$ 1 milhão por mês para novo CEO mesmo após falência e dívida bilionária

Limitações financeiras de corretora cripto falida não chegaram à cúpula da empresa, que paga altos salários para os supostos funcionários que podem ajudar a salvá-la enquanto atrasa de outros

FTX foi se 2ª maior corretora à falência em uma semana (Reuters/Reuters)

FTX foi se 2ª maior corretora à falência em uma semana (Reuters/Reuters)

A FTX surpreendeu a todos no mercado de criptomoedas quando deixou de ser a segunda maior corretora do setor para declarar falência em menos de uma semana, deixando um prejuízo bilionário para investidores. Agora, a empresa tenta se reerguer, e para isso investe alto nos salários de sua nova cúpula.

Junto com o pedido de falência veio a renúncia de Sam Bankman-Fried, então CEO e fundador da FTX. Para substituí-lo, a corretora contratou John Ray III, um experiente especialista em consertar os destroços de empresas falidas.

O salário de John Ray III, segundo informações obtidas pelo CoinDesk em um documento apresentado dentro do processo de recuperação judicial, é de US$ 1.300 por hora trabalhada.

Considerando que o executivo trabalhe 8 horas por dia, ele recebe no fim do mês o total de US$ 208 mil. O valor é o equivalente a mais de R$ 1,1 milhão na cotação atual do dólar.

(Mynt/Divulgação)

Além do salário do novo CEO, outros executos de alto escalão da FTX recebem um salário de dar inveja: CAO, CIO e CFO recebem US$ 975 por hora.

Os salários tão altos em meio ao colapso da empresa foram justificados por Edgar Mosley, o diretor da empresa de consultoria Alvarez & Marsal, que está supervisionando o processo judicial.

Em um parecer, Mosley disse que o pagamento contínuo de salários “é necessário para a preservação dos recursos e do valor” do espólio da FTX. “Sem isso, acredito que ainda mais funcionários podem buscar alternativas de emprego […] provavelmente, diminuindo a confiança das partes interessadas na capacidade dos devedores de se reorganizar com sucesso”.

A FTX deixou um prejuízo bilionário para até 1 milhão de credores, incluindo os usuários de sua plataforma que não conseguiram sacar seus investimentos.

No entanto, os pagamentos são vistos como “fundamentais para manter e administrar” a empresa enquanto ela tenta quitar suas dívidas, aponta Mosley no parecer.

Além da alta cúpula da empresa, funcionários contratados para garantir a governança adequada durante o processo estariam recebendo US$ 50 mil por mês mais despesas.

Mosley também recomendou o pagamento de até US$ 17,5 milhões para funcionários importantes, sem os quais a empresa poderia ser roubada ou invadida por hackers, como já teria ocorrido na última semana.

Apesar disso, a FTX estaria devendo até US$ 1 milhão para seus funcionários. A justificativa é a dificuldade em identificar quem estava em sua folha de pagamento.

John Ray III, o novo CEO da empresa, rapidamente se tornou conhecido como um de seus críticos. O executivo apontou grandes falhas na antiga gestão, que podem ter culminado na falência da FTX.

“Nunca na minha carreira eu vi uma falha tão completa de controles corporativos e tanta ausência de informações financeiras confiáveis como ocorre aqui”, afirmou.

“De sistemas compromissados e uma fiscalização regulatória fraca até a concentração de poder na mão de poucos indivíduos inexperientes, pouco sofisticados e potencialmente compromissados, a situação não tem precedentes”, completou.

O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok

Acompanhe tudo sobre:CEOsCriptomoedas

Mais de Future of Money

Entendendo o ciclo do halving com a dominância do bitcoin

Quer lucrar com criptomoedas em 2025? Confira dois indicadores para acompanhar

A disparada do bitcoin, regulação cripto ao redor do mundo e as perspectivas para 2025

Mulheres nas finanças e na tecnologia: paridade de gênero não pode esperar até 2155