Roubos de criptomoedas podem estar financiando armamento nuclear na Coreia do Norte (RomoloTavani/Getty Images)
No último ano, hackers da Coreia do Norte bateram o seu próprio recorde ao roubar US$ 1,7 bilhão em criptomoedas. De acordo com um relatório da Chainalysis, os norte-coreanos corresponderam pela maior parte dos ataques hackers envolvendo criptomoedas, que somaram a perda de US$ 3,8 bilhões em 2022.
Cada vez mais comum, o crime cibernético busca por dinheiro, ou sua forma digital em criptomoedas. E pode estar financiando o armamento nuclear em países como a Coreia do Norte, por exemplo. É o que diz o relatório da Chainalysis para os crimes envolvendo criptomoedas em 2022.
Chamado de Lazarus Group, o principal grupo de hackers da Coreia do Norte é administrado pelo governo do próprio país, e já representa uma de suas maiores fontes de receita. A título de comparação, em 2020 a Coreia do Norte exportou cerca de US$ 142 milhões em produtos, valor mais de dez vezes menor que o obtido em 2022 com ataques hackers de criptomoedas, que totalizou US$ 1,7 bilhão.
Segundo fontes, Kim Jong-Un teria entre 6 e 7 mil hackers trabalhando para o governo da Coreia do Norte. Eles já haviam sido responsáveis pelo recorde em roubos de criptomoedas no último ano, e superaram sua própria marca. Além do Lazarus Group, também existem outros grupos, como o APT38.
Desde 1984, a Coreia do Norte já realizou mais de 270 lançamentos de mísseis e testes nucleares. Segundo o The Economist, o último teste nuclear realizado pelo país foi no final do último ano.
Chamado de “Crypto Crime Report”, ou “Relatório de Crimes com Cripto” em tradução literal, a nova edição do documento detalha como cibercriminosos se aproveitaram de investidores de criptomoedas e invadiram plataformas do setor ao longo do último ano.
No total, foram roubados US$ 3,8 bilhões em criptomoedas por meio de ataques hackers no ano de 2022, segundo uma análise feita pelos especialistas da empresa. Outubro foi o maior mês da história em roubos, com 32 ataques e US$ 775,7 milhões roubados.
Se por um lado os norte-coreanos foram os principais “vilões”, as finanças descentralizadas (DeFi) foram as maiores “vítimas”, perdendo US$ 3,1 bilhões, ou 82,1% do total roubado.
“DeFi é uma das áreas de crescimento mais rápido e atraente do ecossistema de criptomoedas, em grande parte devido à sua transparência. Mas essa mesma transparência também é o que torna o DeFi tão vulnerável - os hackers podem escanear o código DeFi em busca de vulnerabilidades e atacar no momento perfeito para maximizar seu roubo”, explicaram os analistas da Chainalysis em um trecho do relatório.
No entanto, o caráter transparente das finanças descentralizadas ainda é importante para evitar casos como o da FTX, em que milhares de investidores saíram no prejuízo após a falência súbita da corretora. A auditoria de código DeFi realizada por provedores terceirizados foi a principal solução proposta pela Chainalysis para evitar ataques hackers em DeFi.
O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok