Exchange cripto capta R$ 317 milhões para expandir atuação no Brasil
Mexicana Bitso, que lidera alguns dos maiores mercados da América Latina, recebe investimento milionário de fundo que já financiou Nubank e QuintoAndar
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 9 de dezembro de 2020 às 12h33.
Fundada no México e com forte presença em diversos países da América Latina, a exchange Bitso acaba de receber um aporte milionário para expandir seus negócios no Brasil. Anunciado na noite de terça-feira (8), o investimento na companhia de negociação de criptoativos será de 62 milhões de dólares, ou cerca de 315 milhões de reais.
Os responsáveis pelo investimento na exchange são os fundos QED Investors e Kaszeck Ventures, que já financiaram startups renomadas do país, como Nubank, QuintoAndar e Creditas. No entanto, esta é a primeira vez que investem no mercado de criptoativos.
O investimento milionário promete levar a exchange a brigar pelo bilionário mercado de negociações de criptoativos no país, hoje liderado por Mercado Bitcoin e Foxbit, mas com outros players fortes como NovaDAX e bitPreço, entre outras, além da Binance, maior exchange do mundo, que tenta expandir sua atuação no mercado brasileiro.
Regulamentada pela Comissão de Serviços Financeiros de Gibraltar (GFSC, na sigla em inglês), a Bitso foi fundada em 2014 por Ben Peters, Daniel Vogel e Pablo Gonzalez. Sua plataforma Bitso Alpha, em operação no Brasil desde o início de dezembro, permite a negociação de alguns dos principais ativos digitais do mundo, como bitcoin, ether, XRP, PAX e USDC.
Líder no mercado mexicano e dona de mais de 75% do market share argentino, a Bitso agora quer se consolidar no mercado latino-americano com a conquista do mercado brasileiro. “O país possui a maior economia por ter a maior população. Mas alguns outros países da região têm economias em criptomoedas maiores que ele", disse o CEO da companhia, Daniel Vogel, à revista Veja.
O alto investimento na exchange é mais uma demonstração do crescimento do mercado cripto não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. A entrada de dinheiro de investidores institucionais, segundo especialistas, é fator fundamental para a consolidação e popularização dos ativos digitais.