(SlavkoSereda/Getty Images)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 1 de abril de 2021 às 14h56.
O preço do bitcoin fechou o mês de março com alta acumulada de 31% no período. Foi a sexta vez consecutiva que a criptomoeda fecha o mês em alta, o que não acontecia desde 2013. Segundo especialistas, a marca pode indicar novos movimentos de alta para o ativo digital.
Em fevereiro, a criptomoeda começou negociada a cerca de 32 mil dólares, e apesar de ter atingido pouco mais de 58 mil dólares no mês, recuou e começou o mês de março negociada a 45 mil dólares. No último dia 31, a moeda era a cotada a 59 mil dólares, mesmo valor em que é negociada neste primeiro dia de abril.
Em abril de 2013, o bitcoin também fechou seis candles verdes no gráfico mensal, levando o ativo a atingir 140 dólares. Nos dois meses seguintes, o preço do bitcoin recuou para 100 dólares, mas então iniciou nova alta nos seis meses seguintes e atingiu 1.000 dólares pela primeira vez em sua história.
Um padrão semelhante também foi observado em 2017, mas naquela ocasião foram apenas cinco candles mensais verdes no gráfico de preços da criptomoeda. Naquele ano, o mês de setembro interrompeu a sequência e registrou queda no preço do bitcoin, mas a alta voltou no mês seguinte e continuou até dezembro, quando a criptomoeda chegou perto de 20 mil dólares pela primeira vez.
Para o estrategista da Bloomberg, Mike McGlone, o bitcoin poderá ser negociado acima de 400 mil dólares em 2022, caso o mercado siga as tendências observadas em 2013 e 2017. McGlone afirmou recentemente que o bitcoin está "a caminho de se tornar um ativo digital de reserva global".
Trader veterano e analista de mercado, Peter Brandt também está otimista e prevê que o preço do bitcoin pode valorizar mais de 250% e ultrapassar os 200 mil dólares: “Acho que estamos naquele ponto intermediário de pausa onde, em 2017, o bitcoin girou por um ou dois meses antes de vermos o movimento final para cima”, disse.
Tendências anteriores, entretanto, não garantem o desempenho futuro, e a história dos candles verdes nos gráficos mensais é um pouco obscura. Em 2015, por exemplo, o preço do bitcoin registrou cinco meses seguidos de ganhos no final do ano, mas caiu 20% nas primeiras semanas de 2016 e depois ficou vários meses andando lateralmente até uma pequena alta em julho.
O mesmo aconteceu na virada de 2019 para 2020, quando cinco meses consecutivos de alta foram interrompidos com a queda acentuada do "crash de março de 2020", época quando foi anunciada a pandemia do novo coronavírus.
Apesar da incerteza, o mercado tem visto o preço do bitcoin com otimismo, especialmente após notícias de grande impacto como a liberação de pagamentos com criptoativos pelo PayPal, o uso de stablecoins para transações pela Visa e a oferta de produtos ligados aos ativos digitais pelos bancos Morgan Stanley e Goldman Sachs.